Apesar do discurso de modernização, a atual gestão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), comandada por Ednaldo Rodrigues, tem sido marcada por gastos excessivos, favorecimentos e falta de transparência, segundo denúncia publicada pela revista Piauí.
Durante a Copa do Mundo de 2022, enquanto a Seleção decepcionava dentro de campo, fora dele a entidade bancava uma comitiva de 49 pessoas sem vínculo formal, incluindo familiares de Rodrigues e políticos, com passagens em primeira classe e estadia em hotéis de luxo.
Ednaldo, que recebe cerca de R$ 1 milhão por mês, também viveu por nove meses no Grand Hyatt, no Rio, com tudo pago pela CBF, e mesmo após mudar-se para um condomínio de luxo, continuou usando a estrutura do hotel, exemplo do uso indevido de recursos da entidade.
Enquanto isso, áreas essenciais, como a arbitragem, sofrem com cortes. Treinamentos passaram a ser feitos por videoconferência e 110 árbitros foram afastados por erros técnicos no último Brasileirão, resultado da precarização do setor.
Em contrapartida, os presidentes das federações estaduais, que foram peças-chave no apoio político à CBF, receberam aumentos salariais expressivos, chegando a R$ 215 mil mensais, além de benefícios extras como um “décimo sexto salário”.
Mesmo com receita superior a R$ 1 bilhão em 2023, a CBF acumula protestos em cartório por dívidas que somam R$ 2,6 milhões, revelando uma gestão que esconde problemas sob cifras milionárias.
Reeleito com apoio unânime de clubes e federações, Ednaldo prometia ética e profissionalismo, mas se vê envolto em um escândalo que escancara o uso político e pessoal da entidade. Enquanto o futebol brasileiro busca recuperação, a CBF segue isolada em seus próprios privilégios e a dúvida persiste: até quando?
Fernando Plantes