Grupo familiar distribui abacaxi vindo de Minas Gerais desde 1995.
Ao contrário do que diz a sabedoria popular, descascar um abacaxi está longe de ser um incomodo, um problema. Pelo contrário, nos Boxes 92 e 93 do Ceasa Curitiba ele é a majestade. Impera absoluto desde o ano de 1995 quando nasceu a MinaSul, empresa de uma família mineira que hoje é uma das principais fornecedoras dessa fruta em Curitiba e Região.
Na metade da década de 90, o mineiro Luiz Carlos resolveu alugar um Box no Ceasa. Precisava escoar a produção de abacaxi que tinha começado com seu sogro, lá nos anos 70. Hoje, quem toca o negócio é seu filho, Alexandre Faria. Os farias, há mais de 50 anos têm descascado, classificado, embalado e comercializado essa infrutescência: resultado da fusão de várias flores que, após serem fecundadas, se juntam em um único fruto.
Alexandre explica que a MinaSul tem evoluído gradativamente. Hoje, além do abacaxi, eles trabalham também com amendoim, uma grata surpresa que a empresa distribui para diversas cidades, são cerca de 25 toneladas por mês no inverno, quando é o pico dessa leguminosa.
Já vossa majestade, o abacaxi, atinge cerca de 600 toneladas por mês no período mais quente do ano. Nos meses mais frios, a MinaSul distribui entre 400 e 450 toneladas. Além dos consumidores que buscam o produto no Ceasa, a empresa também vende para indústrias e exporta para a Argentina, o Uruguai e em breve para o Paraguai.
São mais de 30 caminhões da fruta que percorrem mensamente os mais de 1.000 quilômetros que separam o Box da MinaSul no Ceasa com a fazenda da família no Triangulo Mineiro.
Mas não é apenas de lá que vem o abacaxi distribuído pela MinaSul, como revela Alexandre. “Além da produção da nossa família, temos também parceiros. Produtores de confiança que nos fornecem abacaxi há muitos anos”, destaca.
O Havai é o principal abacaxi comercializado pelas MinaSul. Rico em nutrição, a espécie é uma excelente fonte de carboidratos e fibras alimentares, e contém grande quantidade de vitaminas e minerais, tais como a Vitamina A, Vitamina C, Vitamina B, Zinco, Magnésio, Fósforo, Cálcio, Ferro e sódio.
Quando chega em Curitiba o abacaxi vai para um barracão onde é classificado, paletizado, e depois vai para o Ceasa. A preocupação da MinaSul, como destaca o empresário Alexandre Farias, é aliar tradição e modernidade primando sempre pela qualidade do produto que é distribuído aos seus clientes. “A nossa principal preocupação é conseguir entregar com qualidade, para isso mantemos uma constância e nossos produtos passam por constante aperfeiçoamento. Na agricultura a gente sempre enfrenta dificuldades climáticas, logísticas, mesmo assim, nestas últimas décadas, temos conseguido manter a qualidade do negócio que começou com meu avô lá nos anos 70 e melhorado nossos frutos, nossa rede logística e, consequentemente, o atendimento aos nossos parceiros e clientes”, diz.
Parceria com o Sindaruc
Alexandre Faria é vice-presidente do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado do Paraná (Sindaruc-PR). Ele começou a participar do sindicato assim que veio de Minas Gerais para atuar na empresa na família. A MinaSul já era associada da entidade e Alexandre começou a atuar no sentido de fortalecer o Sindaruc.
Em 2013, com a eleição da nova diretoria, Alexandre assumiu o cargo de Tesoureiro do Sindaruc. Trabalhou muito até chegar à vice-presidência da entidade.
Como um permissionário antigo do Ceasa, Alexandre viu muita coisa na Central. Presenciou conflitos internos, falta de segurança, falta de estrutura e incerteza até mesmo sobre a permanência da Central no local onde ela atua há 50 anos. “A Ceasa tinha muitos problemas e eles afetavam diretamente a cadeia de permissionários e consumidores. Porém, há dez anos a Central começou a passar por uma grande transformação. “Com a parceria entre Ceasa e Sindaruc, e com a valiosa ajuda dos permissionários, conseguimos trazer uma segurança para que os permissionários invistam na própria empresa, possam trabalhar com tranquilidade focando no atendimento aos seus clientes. Essa gestão do Paulo Salesbram, da qual eu faço parte, fez muita diferença e nosso sindicato é respeitado e reconhecido entre os permissionários e também no governo do Paraná”, destaca Alexandre.
Ele se orgulha do trabalho que ajudou a desenvolver no Sindaruc, uma reestruturação do sindicato que passa por estrutura física e criação de parcerias com diferentes instituições. “Nestes dez anos nós desenvolvemos importantes parcerias por meio das quais os permissionários podem resolver diversas questões administrativas e burocráticas. Hoje, por exemplo, temos parcerias com a eProtege que ajuda muito em questões envolvendo recurso humanos, temos a clínica de saúde, parceria com diversos supermercados que estão montando seus escritórios de compra aqui e tudo isso tem a atuação e o auxílio direto do Sindaruc”, finaliza.
Humberto Schvabe