Quando os rins de uma pessoa perdem a capacidade de purificar o sangue, eles precisam ser substituídos por filtragens artificiais – muitas vezes pelo resto da vida. A técnica mais usada para isso é a hemodiálise, na qual uma máquina tira, limpa e devolve aos pouquinhos o sangue do paciente.
No Brasil, porém, as clínicas que fazem o procedimento têm mais demanda do que conseguem atender.
Pois é aí que vem a alternativa da diálise peritoneal (DP). Ela faz essa filtragem dentro do corpo, usando o peritôneo, membrana que recobre o abdome. Um líquido é inserido ali e atrai as impurezas do sangue que passa pela região. O que sobra é removido do corpo por um cateter. A DP é mais barata que a hemodiálise e pode ser feita em casa, dispensando as visitas, muitas vezes viagens longas e cansativas, às clínicas.
E por incrível que possa parecer ela é usada por apenas 7% dos pacientes renais. Por quê? Quem responde é a nefrologista Daniela Ponce, do Hospital das Clínicas de Botucatu.
Antigamente se acreditava que não era tão eficiente, mas estudos mais recentes mostraram que a DP pode ser tão eficaz quanto a hemodiálise na doença renal crônica nesses casos.
Quais são as maiores dificuldades de popularizar o tratamento? A diálise peritoneal exige a inserção de um cateter pelo abdome do paciente.
Como poucos nefrologistas fazem o implante, é preciso buscar um cirurgião para isso. E por últimos os repasses de planos de saúde para os médicos e clínicas são menores para DP do que para hemodiálise.
Fácil de entender, mas difícil de aceitar como isto ainda acontece.

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