Todo personagem tem uma história, mesmo que nem sempre ela seja explorada em séries, filmes ou quadrinhos. No caso de Chapolin Colorado, criado por Roberto Gómez Bolaños, a narrativa se desenvolveu ao longo de cerca de 290 episódios.
No entanto, nem todos foram exibidos no Brasil, e muitos detalhes permaneceram desconhecidos até a popularização dos chamados "episódios perdidos" ou inéditos, que agora podem ser acessados pela internet.
Em um desses episódios, Chapolin é interrogado por um júri que lhe faz perguntas sobre sua vida pessoal. Durante a cena, o herói afirma que "Chapolin Colorado" é, na verdade, seu nome verdadeiro, não apenas um apelido, como muitos acreditavam.
Ele revela ainda que o sobrenome "Colorado" vem de seu pai, Pantaleón Colorado y Roto, e explica que o nome "Chapolin" foi escolhido por seu padrinho, um entusiasta de insetos, em homenagem ao "chapulín", um gafanhoto vermelho comum no México.
A enigmática mãe de Chapolin Colorado
A história se torna ainda mais curiosa quando o júri pergunta sobre a mãe de Chapolin. Relutante, o herói menciona apenas que o sobrenome dela é "Lane". Nesse momento, o xerife, interpretado por Édgar Vivar, faz uma conexão inesperada: Lane é o mesmo sobrenome de Lois Lane, a famosa namorada do Superman. Sem negar ou confirmar diretamente, Chapolin acena com a cabeça, sugerindo que isso não seria mera coincidência.
Os fãs de quadrinhos sabem que o multiverso das HQs está cheio de versões alternativas e histórias paralelas. Um exemplo é a publicação Superman’s Girlfriend Lois Lane, lançada em 1958 pela DC Comics, que detalhava as aventuras e o relacionamento da jornalista com Superman.
Curiosamente, algumas edições mostravam Lois interagindo com outros heróis e até viajando para outros lugares, como o México, onde, segundo especulações, ela teria conhecido Pantaleón Colorado y Roto, pai de Chapolin.
Coincidência ou inspiração?
A conexão entre Lois Lane e Pantaleón sugere até uma possível infidelidade da jornalista em relação ao Homem de Aço, embora tudo não passe de ficção.
Ainda assim, é provável que Roberto Gómez Bolaños estivesse ciente dessas histórias e tenha usado a ideia para criar uma relação improvável e cômica entre os dois universos.
Seja como for, as revelações trazem um toque de humor e mistério à origem do herói mexicano, que segue conquistando gerações. Afinal, mesmo os personagens mais atrapalhados têm suas conexões surpreendentes no mundo da ficção.
Admilson Leme