Vale a pena ler esta entrevista com Zach Weinersmith, quadrinista americano, casado com a bióloga Kelly. Eles se juntaram para escrever Logo, Logo, que, recheado de cartuns tem a ousadia de tentar adivinhar o futuro.
“O futuro... já começou?
O fogo permitiu ao Homo erectus se tornar o Homo sapiens. A internet talvez faça algo ainda maior. Mas e agora? Quais tecnologias têm mais potencial para mudar tudo? O casal Zach e Kelly Weinersmith, um quadrinista e uma bióloga, se juntaram para escrever Logo, Logo, um livro recheado de cartuns que tenta adivinhar o futuro. Conversamos com Zack sobre a empreitada.
Qual é a parte mais difícil de tentar prever o futuro?O grande problema é que há muita coisa acontecendo ao mesmo tempo: diversas experiências e campos de atuação – e ninguém consegue concentrar toda essa informação para apontar o que é mais importante. A próxima revolução tecnológica pode partir de algo que ninguém está prestando muita atenção hoje. Os computadores pessoais, por exemplo, não foram vistos como algo tão revolucionário assim quando surgiram.Qual foi a coisa mais interessante que você descobriu enquanto fazia o livro?Eu amo assuntos espaciais, mas o campo da biologia é realmente maluco. Existe um projeto de usarem bactérias para coletar informações sobre seu corpo. Você ingere um micro-organismo que passa por todo seu sistema digestivo. No fim, ao recuperá-lo, você pode gerar um relatório sobre como está a sua saúde, com tudo que ele descobriu.Mas e entre as tecnologias que já existem hoje? Qual tem mais potencial revolucionário?Os foguetes reaproveitáveis, definitivamente. A SpaceX já está fazendo isso, e tudo tende a ficar ainda melhor com o tempo. Estima-se que, em breve, os custos de ir ao espaço diminuam em até 90% – mas mesmo que diminuam só 50%, já é assombroso.Pesquisar para esse livro deixou você e a Kelly mais otimistas em relação ao futuro? Ou mais assustados?Eu até queria dizer que estamos otimistas, mas não é a verdade. Há, por exemplo, pesquisadores empenhados em deixar a humanidade mais inteligente. Uma dessas saídas seria com implantes cerebrais que nos avisem (ou a nossos chefes) quando perdemos a atenção. Em pilotos de avião, isso pode salvar vidas. Mas e nos escritórios? Dá medo.”
Fonte: Revista Super Interessante: https://super.abril.com.br/cultura/conversamos-com-zach-weinersmith-sobre-o-livro-logo-logo/
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Humberto Schvabe
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