Após a censura que os quadrinhos sofreram na década de 1950, as editoras americanas criaram o selo do Código de Ética dos Quadrinhos, que estampado na capa das revistas indicava a edição como entretenimento seguro para as crianças. A censura, fosse oficial, fosse auto praticada, era pesada sobre os artistas.
Esse momento difícil culminou na década seguinte, época do movimento hippie, nos quadrinhos underground. Alguns autores resolveram fazer por conta própria suas edições independentes totalmente livres da censura e controle do Código. O resultado foi uma produção autoral de rica criatividade.
Entre os autores que se destacaram na produção independente americana estão Gilbert Shelton e Robert Crumb, órfãos das publicações censuradas da década anterior.
Temas tabus como drogas, sexo, racismo, desordem social, vadiagem, poligamia, entre outros, eram tratados explicitamente com inteligência e novos questionamentos foram levantados pelos leitores.
Não tardou para que a mídia fosse forçada a se adaptar aos novos tempos e pensamentos, as grandes editoras beberam da fonte dos novos estilos artísticos, houve revisão do Código de Ética e muitos leitores continuaram o hábito da leitura de quadrinhos após entrar na faculdade.
No Brasil, apesar não poder comparar a censura dos dois países, alguns autores seguiram a linha anárquica dos autores americanos. O maior nome do movimento nacional é Francisco Marcatti, que produz até hoje, e ainda de forma artesanal.
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Humberto Schvabe
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