No último dia 18/06 os quadrinhos brasileiros sofreram grande perda, Rodolfo Zalla.
Quem foi e qual sua importância para o mercado nacional?
Por amor ao desenho desde a infância na Argentina na década de 30, desobedeceu aos pais declinando da arquitetura para se dedicar a arte. Já gozava da carreira de cartunista quando em 1963 migrou para o Brasil fugindo da crise editorial pela qual seu país passava. Em 1966 inaugurou o estúdio D-Arte em São Paulo, onde produziu quadrinhos de vários gêneros para várias editoras.
Por segurança voltou suas atividades para a produção de livros didáticos, mas nunca deixou de desenhar HQs. A partir de 1972 criou para a editora Abril histórias de Zorro, Hanna-Barbera, He-Man e outros. Em 1981 fundou sua própria editora, D-Arte, onde publicou as duas únicas revistas longevas de horror genuinamente nacionais, Calafrio e Mestres do Terror.
Financeiramente sempre enfrentou dificuldades, outras editoras grandes e pequenas no período quebraram. Zalla deu a única oportunidade nos anos 1980 de trabalho para a mais profissional geração de cartunistas brasileiros em suas páginas. As revistas ainda traziam matérias, divulgação, correspondência e colunas. Durante esse período, Zalla ganhou a primeira edição da categoria Mestre do Quadrinho Nacional do Troféu Ângelo Agostini em 1985.
Infelizmente o flagelo de seguidas crises econômicas interrompeu a continuidade da D-Arte em 1992. A falta que suas revistas fizeram para o mercado nacional, apenas os artistas não revelados podem medir. Em 2015 as duas revistas voltaram a ser editadas em Curitiba por editor independente, uma forma de manter o legado do mestre.
“- Desenhista descansa em pé!” Rodolfo Zalla
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Humberto Schvabe
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