Os mais antigos irão lembrar, muito antes dos tempos de internet e seu abundante entretenimento de fácil distribuição e sofisticação, jovens e adultos se divertiam com os famosos “Catecismos” eróticos. Revistas em quadrinhos de bolso com poucas páginas e quadros, produzidos tão toscamente quanto eram os desenhos escandalosamente pornográficos em seu interior. A brincadeira com o nome se devia ao fato de cada exemplar ser tão fino que poderia ser lido às escondidas inserido entre as páginas de um livro, jornal, ou até da Bíblia.
A baixa qualidade editorial das revistas era compensada pela imaginação dos autores. Os enredos eram livres e fantasiosos.
No Brasil um nome se destacou por praticamente inaugurar a indústria dos quadrinhos pornográficos, Carlos Zéfiro. O autor produziu clandestinamente entre os anos 1950 e 60 centenas de revistinhas que fizeram a alegria dos leitores, eram distribuídas pelo próprio autor e vendidas de forma marginal por jornaleiros e barbearias.
Pseudônimo do funcionário público e compositor carioca Alcides Caminha (1921 – 1992) que temia perder o emprego e a aposentadoria se fosse revelado. A revelação veio pelo jornalista Juca Kfouri entre 91 e 92, pouco antes da morte do artista. Em entrevistas disse que nem sua mulher e filhos sabiam dessa sua atividade e para Jô Soares revelou que sua inspiração vinha das muitas viagens que fazia a trabalho.
O trabalho de Zéfiro pode ser conferido em livros e coletâneas organizadas por editores-fãs e uma homenagem foi feita por Marisa Monte utilizando suas ilustrações na capa e interior do álbum “Barulhinho Bom”.