O Mar

cabeca articulista neide1-gazeta-do-bairro

Aquele dia amanheceu com um colorido todo especial iluminando um céu praticamente sem nuvens.
O mar não fez parte de minha infância e nem de minha adolescência, mas quando o imaginava era como navegar na imensidão. Lembro-me, porém muito bem de quando conheci o mar. Estava na faixa dos 20 anos e logo na chegada, vi as pessoas nadando. Nadando nas imensas águas sem fim, naquele suave mar onde as ondas iam e vinham e eu, boquiaberta, contemplando tudo com muita curiosidade e admiração. Parecia um novo mundo tudo diferente ao meu redor. Resolvi fazer uma pequena caminhada, pés descalços me deliciando ao tocar naquela areia fina e quente, sentindo além da brisa úmida acariciando minha pele morena que ia se bronzeando com muita facilidade.
Senti que minha vida já fazia parte daquele cenário maravilhoso; daquela imensidão de mar, areia, sol, vento, as lindas conchinhas, tanta gente, enfim.
Aquilo tudo já parecia fazer parte de mim, e assim com o sussurro das ondas que me traziam tanta tranquilidade e paz. Senti minhas incertezas e tristezas indo embora, e com essa linha de pensamento, sentei na areia quente e sentindo o vento soprar do mar, trazendo consigo só coisas boas.
Com um intenso brilho no olhar, me sentia disputando com o sol imaginando poder me destacar diante de sua luz. Era uma sensação boa, que jamais havia sentido, como se o tempo congelasse aquele momento único onde conseguia me comparar ao astro rei.
Depois de um dia de tantas novidades, pra fechar com chave de ouro, no final da tarde na lanchonete, onde fui matar a fome, pude apreciar um lindo beija flor se deliciando com a água doce das flores, bailando no ar com sua leveza e seus movimentos incríveis. Aí também pude contemplar meu bronzeado, depois de muito sol, misturado a um vermelho ameaçando arder, mas que não me impediu de ficar mais e mais um pouquinho ainda na areia apreciando o calor do sol.
E pensar que muitas vezes trocamos essa magia da simples presença na areia sob o sol diante do exuberante oceano para sucumbirmos ao luxo do consumismo, correndo vitrines sobre a sombra das calçadas em busca da estética e do modismo. É a beleza vem de lugares muito mais simples e profundas, pequenas coisas ou de momentos bem vividos dentro da natureza ou da simples maneira com que olhamos para a vida e o viver.

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