O jornalismo mudou?

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Acreditando nos princípios do jornalismo e na vocação desta profissão. Os tempos modernos, me levam a uma reflexão sobre o nosso trabalho.

Primeiro devemos ter em mente a necessidade de evoluir (própria do ser humano). Não estamos num mundo só nosso, onde poderíamos nos manter no mesmo trilho em que embarcamos quando ingressamos na profissão.

A realidade atual, a agilidade das informações, a interatividade dos meios de comunicação e em especial os interesses do leitor, não nos permitem atuar sem utilizar e partilhar destas tecnologias.

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Assim como as demais atividades nos tempos de hoje, precisamos entender este mundo digital, seus recursos e usar isto para ampliar as possibilidades profissionais e em especial identificar novos caminhos. A velocidade e o volume das informações disponíveis e disponibilizadas nas redes vêm criando um novo tipo de leitura.

Em tudo isto, continua fundamental, entender que a essência do jornalismo, o informar continua sendo a base de sustentação do profissional, com todos os compromissos e responsabilidades que a profissão exige.

Se antes nossos textos eram redigidos e lidos no papel, as telas que nos cercam hoje transcendem a esta realidade como um recurso que a sociedade ainda esta aprendendo a utilizar, onde as novidades não param de surgir e de surpreender.

Hoje posso ler e escrever através das telas da televisão, do computador, do celular, tablete, etc.

Neste contexto temos de atuar ou escrever, com os olhos voltados para além do próprio conteúdo. Fora do papel precisamos analisar, por exemplo, a usabilidade do site. Adequar seu conteúdo, em primeiro lugar ao público do site, blog, rede social ou a “mídia” em que vai ser veiculada ou postada.

Depois, na parte prática tenho de conhecer também o meio no qual posto este conteúdo, a fonte, ou o tipo de letra a ser usado, seu tamanho. A largura da coluna (tamanho de cada linha), distância entre as letras e as linhas.

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A fundamental ilustração (foto, arte, gráfico, desenho) enriquecedora do conteúdo, quando não “falava” por si própria, hoje pode ser postada como vídeo, mostrando muito mais que um simples texto bem elaborado.

Somando todos estes recursos dentro de uma tela e através da web a informação moderna ainda preserva como fundamental um projeto de página equilibrado, para um melhor visual e de acesso ao conteúdo.

Existem técnicas para atrair o leitor que vão muito além da nossa tradicional manchete. Neste mundo moderno preciso definir o objetivo da página (também chamado de conversão). Uma boa publicação entende fundamentalque o visitante deixe o e-mail; Que ele compartilhe a notícia; Recomende o artigo para um amigo; Ou compre um produto/serviço. Seja qual for o objetivo, deve ficar claro e fácil para quem navega.

Você pode achar que isso não depende do jornalista. Sim, o site é responsabilidade da web designer, mas para onde e como vai chegar o seu texto ao leitor deve ser de seu interesse. E é bom lembrar também que a facilidade para usar o site pode pesar no ranking do Google. Atento, o jornalista pode encontrar soluções dentro de sua visão profissional que pode reportar aos responsáveis pelo layout ou pela programação do site.

Outro detalhe é a categorização do conteúdo e a identificação de palavras chave visando facilitar a busca do conteúdo pelo internauta. Ele precisa encontrar um caminho lógico e fácil para chegar ao seu texto.

Para finalizar você sabe o que é meta descripition? Pois bem ela é praticamente o velho lead. Um resumo que vai ser a descrição que aparece abaixo do link no resultado das páginas de busca na web. Se não apontar este conteúdo ao publicar na web, o robozinho do Google vai escolher um trecho que ele considere importante e jogar lá.

Parece estafante ficar atento a tantos detalhes ao fazer e publicar um texto? E é um trabalho árduo sim, assim como é todo trabalho do jornalista que escreve pensando no mundo da web e no mundo que o cerca, bem como na variedade de leitores que podem ter acesso à sua informação.

Se antes a gente concentrava a maior parte do trabalho no levantamento de dados para uma reportagem “gastando a sola do sapato” para depois sentar diante de uma máquina, redigir o texto e enviar para a diagramação, hoje, de tênis, sentados na redação, temos de nos concentrar muito mais na tela, com os olhos voltados para os caminhos por onde nosso texto vai percorrer até ser localizado pelo leitor.

Fácil para voltar e refazer o texto, entregando uma “lauda” limpinha, ficou mais difícil de entender, onde e como o leitor vai “digerir” o conteúdo do nosso trabalho nas telinhas dos “quatro cantos” desta terra redonda.

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