A presença feminina na medicina brasileira atingiu um marco inédito em 2025.
De acordo com a nova edição do estudo Demografia Médica no Brasil, elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB), as mulheres representam atualmente 50,9% dos médicos em atividade no país.
A mudança no perfil da categoria tem ganhado força ao longo dos últimos 15 anos. Em 2010, apenas 41% dos profissionais eram do sexo feminino. O estudo também aponta que essa proporção deve crescer ainda mais: até 2035, estima-se que 56% dos médicos serão mulheres.
A transformação se reflete diretamente nas salas de aula. Em 2010, elas representavam 53,7% dos estudantes de medicina; em 2023, passaram a ser 61,8% dos matriculados.
O dado reforça a tendência de feminização da profissão, impulsionada tanto pela ampliação do acesso à educação superior quanto por mudanças sociais e culturais.
Para a professora Ana Luísa Ribeiro, especialista em políticas de saúde e docente da FMUSP, a crescente presença feminina na medicina exige atenção das instituições de ensino e dos gestores públicos.
"Estamos diante de uma nova configuração profissional, que demanda não só igualdade de oportunidades, mas também políticas voltadas ao equilíbrio entre carreira e vida pessoal, especialmente em áreas mais exigentes da medicina", afirma.
Já o presidente da Associação Médica Brasileira, Dr. Ricardo Vasconcellos, destaca que o fenômeno é positivo e representa uma evolução natural da sociedade.
"A diversidade enriquece a prática médica. Ter mais mulheres nos quadros da medicina amplia perspectivas e fortalece a relação com os pacientes," avalia.
O estudo Demografia Médica no Brasil é uma das principais referências sobre o perfil dos profissionais da saúde no país e serve como base para formulação de políticas públicas, planejamento educacional e gestão dos recursos humanos no setor.
Admilson Leme