Em 1934 o artista Otto Soglow lança o mais que simpático personagem O Reizinho em formato de car-tum. Um dos primeiros veículos a publicá-lo foi a renomada revista New Yorker, em pouco tempo foi transformado em tira dominical para os jornais.
Quadrinho pantomímico e pretensamente mudo, alguns figurantes pronunciavam textos para anunci-ar uma ação, o protagonista jamais falou. A tira caracterizava-se pelas inocentes piadas gráficas com muitos quadros, nas quais o cartunista se revelava um mestre do humor. Surpreendentemente a tira sobreviveu com sucesso sem depender de personagens coadjuvantes, esses eram descartáveis, pou-cos estiveram em mais de uma tira.
Baixinho, gordo, trajado de um grande casaco vermelho, e sempre com a coroa na cabeça (mesmo na cama ou na piscina), as situações cômicas em que o personagem atuava e roubava a cena divertiram o público até o cancelamento em 1975. As suas aventuras eram nada peculiares, o ambiente monárquico era apenas um cenário para que os leitores pudessem rir de uma figura comum e conhecida a todos os homens. Em síntese O Reizinho era um homem comum atrapalhado com seu cotidiano.
Fora dos jornais o personagem estrelou desenhos animados. O humorista Jô Soares, assumido fã de quadrinhos, em seu programa televisivo estrelou um quadro nos anos 1980 claramente inspirado na tira, era um monarca baixinho, gordo, egocêntrico, autoritário e caricato, porém falante.
Humberto Schvabe