Para evitar falsificações e desvios de doses, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) mantém uma logística rigorosa de doses da vacina CoronaVac, que imuniza contra o novo coronavirus. Além de escolta e vigilância constante das doses, fluxos rigorosos para a guarda e distribuição do imunizante foram estabelecidos.
As vacinas ficam todas estocadas na Central de Vacinas, onde a Guarda Municipal mantém uma equipe 24 horas por dia, além de monitoramento feito por empresa de segurança. Assim que chegaram da Central de Medicamentos do Estado (Cemepar), as 23.160 doses foram conferidas em duas fases e lançadas no sistema eletrônico de logística de insumos da SMS.
Todos os dias os Distritos Sanitários de Curitiba enviam para a Central o pedido para o dia seguinte. No documento consta uma relação com nome, CPF e identificação de cada pessoa a ser vacinada. Na manhã do dia seguinte um funcionário vai até a Central com horário agendado para fazer a retirada.
“Lá as doses são separadas e conferidas, geramos uma nota fiscal daquele pedido e o funcionário deve assinar o termo de retirada das doses que correspondem a lista enviada no dia anterior”, explica a coordenadora da Central de Vacinas de Curitiba, Leia Regina da Silva.
Após a retirada da vacina o profissional segue até o local de vacinação escoltado por uma equipe da guarda municipal, que permanece com a equipe até o retorno das doses remanescentes.
Até o final do dia o profissional deve retornar à central de vacinas para devolução das doses não utilizadas. Todas as doses devolvidas devem estar justificadas, se foi falta, recusa ou se a pessoa não pode ser vacinada por algum fator de contraindicação.
Frascos vazios
Os frascos vazios das doses aplicadas também devem ser devolvidos. É a primeira vez que a SMS adota essa estratégia ao longo de décadas de campanhas de vacinação.
“Solicitamos para que nossas equipes tragam de volta todos os frascos vazios de vacina da covid-19. Se saíram 50 vacinas, devem voltar 50 frascos. Além de ser um cuidado para evitar a falsificação, o recolhimento é mais uma garantia de que não há desvios das doses”, explica Léia Regina da Silva.
As embalagens vazias são guardadas na Central de Vacinas até que o descarte seja feito pela empresa que recolhe resíduos hospitalares. “Por ser um medicamento, esses frascos precisam ter o descarte correto. Eles não podem ter um uso inapropriado”, reforça Léia.
Inventário
Ao final de cada dia a equipe da Central faz o inventário do estoque, realizando a contagem das doses físicas e confere com o sistema eletrônico de logística.
“O sistema é integrado com o nosso prontuário eletrônico. Cada vacina aplicada é lançada no prontuário do paciente, nesse momento ela automaticamente é baixada no estoque, é mais uma ferramenta para evitar qualquer aplicação em pessoas que não fazem parte do grupo prioritário", reforça a coordenadora.
Vacina com agendamento
Somente profissionais das equipes da secretaria da Saúde estão autorizados a aplicar a vacina da covid-19, conforme as fases do Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Em Curitiba todas as vacinas são aplicadas com agendamento prévio. Ou seja, neste momento, a vacina não pode ser aplicada em nenhuma clínica particular e nem há disponibilidade para venda, em hipótese alguma.
A coordenadora alerta que qualquer situação diferente da orientação dada pela Prefeitura deve ser denunciada e será encaminhada para investigação. Condutas de má fé de tentativas de inclusão de pessoas que não pertençam aos grupos a serem vacinadas também poderão serão investigadas.
“Estamos tomando todas as medidas para garantir que as doses sejam destinadas apenas aos que fazem parte dos grupos elencados nos planos oficiais de imunização e, qualquer tentativa de fraude a pessoa poderá responder criminalmente, ” reforça Léia.
Humberto Schvabe