A rotatividade do poder é um dos princípios da democracia, visando a alternância no comando das ações públicas. Mas como o poder é bom e muito atraente, este princípio tem sido alterado para algo como alternância de cargos e funções. Isto acontece pelo hábito de manter os grupos políticos e seus interesses sustentando “os de sempre” seja na mudança de lado na última hora ou na busca de outros cargos em outras instâncias.
Desta maneira, os grupos políticos vão se consolidando ao mesmo tempo em que reservam para si e para os seus, sempre, um novo cargo ou mandato, seja aqui, seja um pouco mais distante. Assim, nestes cabides políticos (em geral cargos de confiança), mais que dar conta da função exercida e apresentar resultados, as ações políticas predominam visando manter o “cargo” e o seu “grupo”. Agindo assim cria condições para alavancar seu futuro, seja em novo cargo, seja numa disputa eleitoral.
Esta maneira de ser dos homens, em sua ganância e egocentrismo, ao invés de criar um mundo melhor para si e para os que os cercam, amplia os benefícios individuais, na mesma proporção em que fomenta a marginalidade. Nesta ilusão de viver melhor, gritam aos quatro ventos sua ação no combate à violência numa desgrenhada ação policial contra o crime e os criminosos que se multiplicam em meio às injustiças sociais, ao mesmo tempo em que esquecem de levar o maior legado deste mundo; o conhecimento através de boas escolas e bons professores.
Sem educação não existe evolução. Esquecem também os políticos que o melhor do viver é o convício social, o equilíbrio do relacionamento, pois só assim podemos almejar a verdadeira democracia onde os direitos possam ser exercidos por e para pessoas “mais iguais”. Só assim poderemos alterar “o silêncio dos bons”, a nobre preocupação de Luther King.

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