Ser grande! Quem não desejaria ter uma vida cheia de verdadeira grandeza e felicidade? Quem não desejaria ter abundância de tudo que faz a vida próspera e digna de ser vivida? Próspero na saúde, no conhecimento, no poder, na propriedade, no amor, na alegria?
Pois tudo isso é possível a qualquer pessoa, ao homem e à mulher, ao pobre e ao rico, ao sábio e ao ignorante, ao poderoso e ao humilde, todos podem ser grandes.
Essa verdadeira grandeza e felicidade não depende de circunstâncias externas. Não pode ser frustrada pela adversidade da natureza, nem pela perversidade dos homens – Depende, em última análise de cada um de nós.
Na realidade, ninguém pode saber algo sem ter o experimentado e vivido em si mesmo. Mas, como são pouquíssimos os que vivem intimamente a grandeza que há no serviço voluntário – que “há mis felicidade em dar do que em receber” – por isso são poucos os homens que procuram a sua felicidade em servir a seus semelhantes. Para a imensa maioria, a felicidade consiste em serem servidos, isto é, no seu egoísmo. Os que pelo menos crêem na grandeza de servir estão a caminho da felicidade, embora não a tenham ainda alcançado.
No momento, porém em que o homem transpõe essa misteriosa fronteira da experiência pessoal, do querer ser servido para o querer servir, está solucionando o problema central da sua vida.
Todo home que se esquece da sua felicidade pessoal a fim de tornar felizes os outros se torna verdadeiramente feliz.
Como se explica este fato?
A constituição cósmica, ou seja, a providência de Deus, está baseada na idéia da solidariedade universal. No vasto cenário do mundo, todas as partes procuram integrar-se num todo é que elas encontram a sua realização e felicidade.
Essa integração parece, a princípio, uma renúncia à própria felicidade, e é por isso que poucos realizam essa integração pelo amor ou solidariedade universal. A felicidade vem infalivelmente aos que procuram a felicidade dos outros.
Querer servir – é este o segredo da força, grandeza e felicidade.
Humberto Schvabe