Tá todo mundo querendo fugir da direita

Humberto Schvabe

Com um partido tradicional de esquerda chegando ao poder, e pelo que parece se dando bem, os que se enquadravam na direita, sempre com o poder, seja no comando, seja partilhando deste comando, vive uma crise existencial. Senão vejamos o falecido PFL, mesmo com alguns dos seus “hoje travestidos como petistas”, ou em partidos coligados ao poder, tentou trocar de identidade, como Democratas. Não colou.

A resistência da opinião pública à direita se explica: a direita foi a principal força civil a sustentar a ditadura. E ao lado dos militares, jamais respeitaram os direitos humanos e as garantias individuais de ninguém.

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Nesta linha, até mesmo o PSDB, com atuação e militantes que não podem ser considerados de direita, vem sofrendo crise de identidade, sem se assumir como social democrata, insistindo em se manter a mais possível como esquerda, mesmo fazendo oposição ao governo que também jura continuar na esquerda, mesmo dividindo o poder com velhas raposas que até ontem queriam os petistas na cadeia. Nas últimas eleições presidenciais os dois candidatos com chances, eram esquerdistas assumidos.

Por mais que esteja fora de moda no Brasil, o pensamento de direita ainda existe e está bem vivo tanto no Brasil como na Europa, Estados Unidos, etc. A maioria dos governos no Velho Continente é de direita – Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha, Portugal, Espanha. Acontece que ser de direita, como se propaga no Brasil, entre nossos vícios, é o político que atua dentro da linha de levar vantagem em tudo. Este “pensamento”, na verdade é dos maiores vícios de muitos brasileiros e assim como existe entre nós pobres mortais, também pode ser encontrado em todos os partidos.

Na verdade, direita é um termo que vem da Revolução Francesa, para identificar os conservadores; em geral de melhor posição social, que podem ser resumidamente, defensores da idéia de que a prudência é a maior da virtudes. Temem novas idéias e em especial a possibilidade de mudanças. Acreditam que as novas idéias, surgem e algum tempo depois desaparecem ou caem em desuso.  Todo o avanço tecnológico dos tempos de hoje, afirmam, em termos de moral ou de política praticamente nada mudou. Para eles os que propõem mudanças radicais, não conseguiram construir algo melhor do que sempre existiu.

Esquecem que a democracia é coisa bem moderna e surgiu da luta de pessoas que acreditaram na mudança e tem sua raiz também na Revolução Francesa.

Seja na direita, seja na esquerda, mais que a postura, ou a defesa de um posicionamento político, devemos nos pautar pelo exemplo. Mais que a defesa de idéias e posições políticas, sociais ou mesmo religiosas, o que fazemos e como vivemos com nossa família e na sociedade que nos cerca é que vai efetivamente dizer quem somos.

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