Fonte de vida, a água é alimento e também base do organismo humano. Sem água sem vida. Mesmo assim não temos o respeito devido por este bem, usado por muitos apenas como “natural”.
Com a diversidade de consumo ela se tornou um bem de consumo industrializado pois temos de pagar pelo seu uso. Mesmo assim não desenvolvemos um olhar mais racional para seu consumo e seu custo.
Você sabe quanta água gasta por dia? O que usa ”normalmente”?
Vejamos: barbear, 12 litros (um pouco menos que a mulher para limpar os cremes do rosto); escovar os dentes ,1 ou 2 litros (com torneira aberta 12 a 20); cada descarga, 10; banho, 95 a 180; aquela torneira pingando, 46 litros; lavar louça 10 a 20 litros (torneira aberta o tempo todo, 105 litros (abra só para enxaguar); e tem muito mais que não cabe aqui.
No final temos o Brasil jogando fora todo dia, o absurdo de 40%, e até (inacreditável!) 70% de toda a água captada para fornecimento humano. Humano, racional?
Dois terços da terra é água. 97,6% de oceanos e apenas 2,4% é água doce. Tirando a água gelada dos polos ficamos com (inacreditável!-de novo) 0,02%, disponível em nossos imensos rios, aquíferos e lagos, para consumo humano. UFA!
Pra onde vamos?
Esta condição de sermos racionais, como levantada acima, pode mesmo ser duvidosa. Mas sabemos bem o que queremos sim. O que não temos é uma efetiva consciência da necessidade de manter o bem comum: o irmão com abrigo, alimento e saúde.
Na ânsia atingir objetivos, sucesso e bem estar, vamos deixando um triste rastro de miserabilidade que se voltando contra os mais favorecidos (os do poder); pela falta de ter vida digna e oportunidades.
Risco, não apenas pela falta de perspectiva, fome e revolta; mas em especial pelo exemplo dos poderosos que vivem nababescamente, sustentados pelo mar de lama da corrupção e roubo deslavado, a custa dos impostos pagos pelos trabalhadores, empresários, comerciantes, profissionais liberais e todo indivíduo que tem de sair de casa todos os dias, com ou sem pandemia, ou água, para sustentar sua família.
Água que não falta nos palácios de Brasília, dos estados e municípios onde estão instalados os ocupantes dos 3 poderes, super protegidos por seguranças bem pagos, com isolamento em amplos jardins. Assim também vivem os donos das grandes redes de comunicação, que tem fôlego de sobra para ficarem afastados de qualquer vírus, sem abrir mão das mordomias que sustentam seus egos.
Vivem num mundo onde nunca faltará água para acompanhar seus brindes em cristais sofisticados.
Água e vinhos importados.
Humberto Schvabe