Todo extremo é mais perigoso. Todo extremista oferece riscos. Irredutível, quem “nunca” abre mão de uma vontade ou de uma decisão não pode ser considerado racional.
Como uma perene escola, nosso viver se constitui num constante aprendizado. E outro detalhe importante: este aprendizado vem muito mais do convívio, do que ouvimos e lemos do que de nossas reflexões. É na verdade a soma de nossa experiência de vida.
Assim me assusta muito quando vejo alguém defendendo ideologias ou posições e comportamentos “definitivos”, “absolutos”.
Tudo muda, ou melhor evolui à luz de novos conhecimentos. Começamos pelo abominável racismo que predominava em muitas nações até bem pouco tempo e até é defendido por algumas minorias extremistas. E olha que negros e descendentes são maioria em muitas sociedades onde são perseguidos por uma minoria de racistas intolerantes. Veja que aí se invertem os papéis; uma minoria querendo impor seu modo de agir preconceituoso. Pode até ser considerado uma burrice. Assim também pode ser considerada a intolerância à liberdade sexual, religiosa e até mesmo partidária, entre outras.
Junto com este tipo de intolerância vamos encontrar também os intolerantes extremistas, que se consideram os donos da verdade. Começa com os que se intitulam de direita ou de esquerda.
Cristo na cruz é o maior exemplo de equilíbrio. Preferiu estar entre dois ladrões no momento derradeiro; confiante! Depois vem “Ele sentado à direita do Pai”. Se está à direita, então o Pai está à sua esquerda. Os dois bem posicionados. Dentro de alguma realidade regional ou ao longo da história, direita ou esquerda sempre tem as suas razões, em especial quando questionam os extremos do outro lado.
Posso parar por aqui, imagino sem a necessidade de tentar provar a relatividade destas posições extremas.
Defendendo posições, ideais e ideias com palavras e com respeito, tudo normal. O problema começa quando se parte para ofensa, ameaças e para a distribuição de notícias falsas. As famosas Fake News, uma modernidade perniciosa e perigosa que é alimentada como via de regra por extremistas irresponsáveis e por extremistas inocentes que partilham informações inverídicas. Um mal que começa a ser discutido e que precisa ser levado muito a sério.
Humberto Schvabe