Diante do aumento de casos do Coronavírus no Brasil, nos sites de pesquisa, a procura continua com foco nos medicamentos
O número de casos confirmados e de mortes causadas pelo novo Coronavírus (COVID-19) tem aumentado a cada dia no Brasil. Diante dos números alarmantes, a discussão sobre a necessidade de realizar a testagem em massa na população ganha importância. Essa é uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) - juntamente com o isolamento social - para evitar a proliferação do vírus (Sars-Cov-2), causador da Covid-19. Com o avanço, os brasileiros têm realizado pesquisas frequentes na internet sobre os mais diversos termos ligados à doença. Segundo dados do Google Trends, entre os dias 2 e 8 de julho, houve, em média, 84 pesquisas diárias sobre a Covid-19 no Brasil. “As pessoas buscam no Google informações sobre o novo Coronavírus de modo genérico e vão desde os testes rápidos para detecção da doença até os medicamentos que estão sendo indicados nos tratamentos contra a doença”, comenta o diretor de marketing da startup do ramo farmacêutico, mypharma.com.br, Carlos Henrique Soccol. Itens que lideram a lista dos mais procurados nos sites de farmácias são: ivermectina, dipirona, vitamina C e zinco. Desde o início da pandemia, os termos permanecem entre a posição 1 e 15° dos mais procurados pelos clientes nos sites das farmácias do País. Nas barras de buscas de alguns sites de farmácias, “Teste Covid-19” aparece entre a posição 100° e 105° dos mais procurados, mas na prática, a procura não tem sido tão grande assim. A possível explicação, segundo o diretor de marketing da mypharma.com.br, é o receio das pessoas em saber o resultado do teste. “Muitos estão com medo de fazer o teste e ter resultado positivo para o vírus e, assim, precisarem abrir mão de suas atividades diárias para fazer o tratamento da doença”, opina Carlos.
Sobre os testesHoje os exames oferecidos no Brasil se dividem em: imunológicos (para a pesquisa de anticorpos) os chamados “testes rápidos” e os moleculares (para a pesquisa do vírus) chamados de “RT-PCR”. Os testes rápidos são feitos a partir da coleta de sangue do paciente por meio de um pequeno furo feito no dedo. Eles servem para detectar se o corpo teve contato com o vírus e desenvolveu proteção contra ele, as imunoglobinas IgM e IgG. O resultado é rápido e leva entre 10 e 30 minutos. Tendo em vista que o organismo leva tempo para produzir anticorpos, o exame é indicado para pessoas a partir do oitavo dia em que apresentarem os primeiros sintomas. Vale ressaltar que os testes rápidos servem para auxiliar o mapeamento da população “imunizada”, ou seja, aquelas que já tiveram o vírus ou foram expostas a ele. Apesar de simples execução, o teste rápido é de uso profissional e deve ser interpretado por um profissional da área da saúde. Já os testes RT-PCR, realizados em laboratórios, possuem a finalidade de detectar a presença de material genético do vírus, o Sars-Cov-2, a partir de 24 horas após a contaminação e, em média, até o 12° dia. São utilizadas secreções respiratórias retiradas do nariz ou garganta por uma espécie de cotonete e levadas para análise em laboratório. O resultado sai em poucos dias. O RT-PCR é considerado o teste definitivo pela OMS. Diante de um cenário desconhecido de como o vírus se comporta, sobram dúvidas da população em relação à confiabilidade dos testes e aumenta a procura para buscar soluções eficazes de combate à disseminação do vírus. Enquanto não se tem respostas concretas, seguir com as medidas de proteção como lavar as mãos, usar máscara, utilizar álcool gel e manter o distanciamento social continuam entre as principais recomendações contra a doença.
Humberto Schvabe