Todas as terças-feiras o cheiro de bolo e biscoitos no forno toma conta da Vila Tecnológica. Em uma das salas funciona o projeto de economia solidária Cozinhando para o Bem, em que usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Territorial Bairro Novo aprendem técnicas de culinária, manejo e preparação de alimentos.
Além de apresentar um ofício aos pacientes, a atividade terapêutica contribui para o desenvolvimento de atividades de convivência e o manejo de situações. Estes são alguns dos objetivos dos Caps, que acolhem pessoas com transtornos mentais.
“O papel do Caps é identificar habilidades e auxiliar na reinserção deste paciente na sociedade, e atividades como estas são uma forma de estímulo e integração”, diz a coordenadora Karin Gabardo.
O Cozinhando para o Bem teve início em 2017 como uma oficina de culinária para os estagiários de terapia ocupacional. Os produtos feitos pelos pacientes são vendidos em feiras solidárias e a renda é igualmente dividida.
Reinserção
Deivid Nascimento, de 32 anos, está há seis meses em tratamento no Caps Bairro Novo e é um dos entusiastas do projeto. Cozinheiro de ofício, ele conta que poder voltar ao fogão foi um fator de motivação no processo de recuperação. “Participar do projeto me deu um ‘up’ porque amo cozinhar”, conta.
Desenvolver uma atividade, um trabalho, é um passo importante para os usuários se reinserirem na sociedade após o tratamento. “É uma forma da pessoa se sentir produtiva e poder se reintegrar aos poucos”, diz a psicóloga Vanessa Barbosa dos Santos.
“Participar do projeto me faz me sentir gente, inserida num todo, fazendo parte de um grupo”, relata Giovane Gouveia, de 50 anos. “Para mim, a vida judiou muito, mas ficou o amor e cozinha é amor”, completou.
Humberto Schvabe