O ronco de caminhões, escavadeiras e retroescavadeiras, a poeira, a lama. Transtornos comuns causados por obras são vistos com otimismo por famílias que vivem nas margens do Rio Vila Formosa no Novo Mundo.
Desde o dia 27 de fevereiro, o Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas está desassoreando o canal do rio para evitar que, durante o período de chuvas mais intensas, ruas e casas sejam inundadas. A previsão é de que os trabalhos, em 1.050 metros do rio, durem mais cinco meses.
Em cerca de 20 dias, mais de 500 metros cúbicos de lixo, restos de construção e todos os tipos de sedimentos foram retirados do leito do rio. “O entulho dificulta a passagem da água num canal já assoreado pela ação humana e do tempo. Estamos retirando esse material danoso e abaixando o fundo do leito para garantir mais vazão do Rio Vila Formosa, que deságua no Rio Barigui e também recebe as águas do Rio Vila Leão e do Córrego Novo Mundo”, explicou Maurício Braun, engenheiro da Secretaria de Obras, que fiscaliza a execução do serviço.
O bom andamento da obra também depende das condições climáticas, conforme explica o engenheiro. “Quando chove, temos que diminuir o ritmo do trabalho, mas o plano é seguir o cronograma minimizando os transtornos para a população”, disse. “A intervenção dará ao rio a chance de recuperar sua capacidade máxima de escoamento”, completou.MoradoresAcadêmico do curso de Direito, estagiário da Defensoria Pública do Estado do Paraná e morador da Rua Arnaldo Rudinick, no Novo Mundo, há 13 anos, Caio Cesar de Oliveira diz torcer muito para que a obra resolva o problema que leva o Rio Vila Formosa transbordar e alagar sua casa. “As inundações são a nossa rotina, principalmente nos meses de verão. Chove demais, o rio enche e invade nossas casas. Mas, fico feliz, muito contente, em ver que a Prefeitura está fazendo algo por mim, pela minha família e meus vizinhos. A nossa vida vai melhorar”, disse.
Izaura Rocio Pedroso e Bruna Pedroso, mãe e filha, moram no mesmo terreno na Rua Doutor Luiz Losso Filho, no Novo Mundo. Izaura, que trabalha no setor de panificação e vive há 40 anos no mesmo endereço, sempre está preocupada. A cada cheia, móveis e eletrodomésticos são perdidos e prejuízos acumulados. “Fico descansada com o serviço das pessoas e máquinas que estão aqui. É sinal de que algo bom está acontecendo e o pesadelo dos alagamentos vai acabar”, disse ela.
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Humberto Schvabe
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