O clarão artificial e o colorido das luzes se misturando ao brilho do espelho em formato de lustre, iluminava o pequeno espaço do salão de dança, confundindo o grande mundo que nos cercava. O calor era humano, o espaço pequeno, ao redor haviam muitas mesas e uma escada para diminuir ainda mais aquele ambiente. Entre muitas pessoas, umas dançando, outras conversando, ora sentados, de pé, andando...foi assim que te encontrei. Vozes se misturavam com o barulhento som, respirávamos o mesmo ar, poluído e esfumaçado. De repente como se uma chama iluminasse aquele cantinho, você me viu, um primeiro olhar, correspondido com um largo sorriso. A música era convidativa, o local propício, o parceiro atraente, dançamos. Nosso primeiro contato, um simples toque de mão era como se estivéssemos em um outro mundo, onde tudo o que fazíamos era sonharmos com o que estava para acontecer, o amor. Sim o amor, o desejo que nos invadia e assim se iniciou nosso namoro. Na sequência veio o casamento com apenas alguns poucos meses de namoro, mas muito profundo nos sentimentos e desejos e na continuidade os filhos, depois os netos. Em nossas escolhas enfrentamos desafios, desvendamos mistérios, aprendemos ouvir mais, para que não sufocamos o silêncio das palavras e assim superarmos nossas falhas e aprimoramos cada vez mais o nosso bem viver. O tempo passou rapidinho, pois viver uma vida a dois nos dias de hoje tornou um desafio para poucos, ou “mudamos o mundo ou nos mudamos para o mundo”, frase do HS. Afinal quase quarenta anos juntos, alguma coisa sempre se aprende e se ensina. Nada mais plausível que uma crônica para dar mais ênfase a essas questões tão corriqueiras, mas ao mesmo tempo tão complicada para alguns, cômoda para muitos, e, prazerosa para poucos. Neide Seco
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