Com o objetivo de alavancar o lucro dos supermercados, a Apras (Associação Paranaense de Supermercados) realizou em novembro o II Encontro de Empresários Supermercadistas com o tema “Planejamento Tributário”. No evento, especialistas apresentaram algumas oportunidades de redução tributária, além de possibilidades de recuperação de tributos.
Com um planejamento tributário eficiente, a economia pode chegar a 3% do lucro líquido.“O importante é ter informação, quanto mais informação mais assertivo você é no resultado. Conhecendo os tributos com profundidade, descobrimos as melhores formas de usufruir disso”, afirma o moderador do Fórum, Adaílton Santos, do Conselho Fiscal da Apras.
Um dos palestrantes, Rodolfo Schlumberger Cavali da Luz, da Nelson Willians & Advogados Associados, destacou a importância de eventos como este para levar informações aos empresários. “Muitas vezes ele está focado muito na sua operação no dia a dia e acaba deixando passar oportunidades tributárias que podem melhorar o seu resultado financeiro no final do mês”.
Uma dessas oportunidades é o ICMS-ST, que é o aproveitamento do imposto de contribuição tributária que os supermercados acabam pagando a mais. Nos produtos que tem ST (Substituição Tributária), é feito o recolhimento antecipado do tributo sobre um fato gerador presumido e o produto acaba sendo vendido para o consumidor final por um valor menor do que se presumia, recolhendo, portanto, um tributo maior. Este recolhimento indevido gera direito a crédito, que em alguns casos chega a 0,5% do faturamento.
O assunto foi discutido longamente durante o fórum e por ser algo relativamente novo, ainda é um fato desconhecido por muitos empresários. “Todos os supermercadistas devem procurar seu jurídico de confiança e entrar com a ação. É fundamental procurar um profissional para que não tenha riscos, pode ser um advogado tributarista ou um contador que conheça o assunto com profundidade”, destaca Santos.
Outra questão abordada pelos especialistas foi a contribuição previdenciária, em que existem muitas possibilidades, principalmente para quem tem vários funcionários, de buscar alguns créditos que estão ali por erro ou por interpretação divergente.
A VirtualSuper também esteve no evento e apresentou soluções tecnológicas especificas para o varejo, nas áreas fiscais e tributárias. O gerente de negócios da empresa, Vinicius Viana, apontou que muitas empresas acabam tendo grandes prejuízos operacionais devido a erros cometidos no cadastro de produtos e destacou a importância de tecnologias que contribuam neste processo. “A divergência de cadastro gira em torno de 0,5% do faturamento bruto, ou seja, de 8 a 12% do mix de produtos estão incorretos. Se considerarmos que a margem de lucro do setor gira em torno de 2,5%, estamos falando de uma economia em torno de 20% a 25% da margem de lucro”.
Com relação à auditoria, o moderador do evento, Wesley Figueira, da Valuconcept, foi enfático ao sugerir que as empresas comecem a adotar a prática. “Quem não tem auditoria tem que começar a pensar nela e não é só auditoria externa, estou falando também de controles internos. Se passaram seis meses e você tem certeza de que não foi roubado, é porque você já foi roubado há seis meses e não sabe”, completou.
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Humberto Schvabe
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