Nas entranhas do poder, as disputas são sempre grandiosas e em geral de consequências mal mensuradas. Assim com o “gosto” pelo poder já criou grandes reis, este mesmo apetite os apeou do poder e muitas vezes lhes ceifou a vida.
Não é como eu ou outro pensa: está nos livros de história, na realidade que nos cerca. Só que em todos os grandes embates da história a luta transparecia mais abertamente na defesa de um povo, por vezes de uma família, mas sempre com algum tempero épico especial, com um misto de coragem e ousadia.
Aqui em nossa Pátria, assim como em boa parte do mundo moderno, esta luta pelo poder, pela sustentação do poder se apresenta com novas cores, eu diria quase transparentes, sem nenhuma galhardia. Sarrateiros, amigos e inimigos (difícil saber quem é amigo de quem) se juntam de uma hora para outra diante da perspectiva de acesso a um poder maior. Mesmos os mais poderosos sonham com mais - o utópico poder absoluto.
Executivo, legislativo e judiciário esquecem da importância de atuarem independentes mas somando em benefício da Nação. Pior exemplo é o Legislativo através do presidente da Câmara e do presidente do Senado, em nome da grande colcha de interesses que é o PMDB e, com um braço na vice-presidência, resolveu intervir no Executivo aproveitando o momento de fraqueza da presidente(a).
Enquanto cada um quer “mostrar mais poder” (como é gostoso!), mais força; esta falsa quebra de braços (sem nenhum ferido) vai levando o Brasil e os brasileiros para uma condição cada vez mais aviltante, antevendo a possibilidade de perdermos todos os avanços dos últimos anos.
É a repetição de ontem com a “cara de pau” do político de hoje; prega austeridade, enquanto negocia mais benefícios para melhor acomodar os seus e a si mesmo.
Assim vamos preservando os vícios deste sistema: sem poder criticam e até agem com ideais, no poder atuam como corvos agarrando-se a ele por mais putrefato que se encontre.
Humberto Schvabe