Depois de toda a confusão no início do ano letivo nas escolas estaduais, o governo começa a se movimentar para garantir aos nossos jovens o acesso aos bancos escolares. Fala da construção de novas escolas e anunciou a contratação de 3.000 professores que já haviam sido aprovados em 2007, além de um levantamento mais preciso sobre êxodo escolar.
Em meio ao desencontro de informações, a realidade é que muitos jovens continuam fora da escola, e nem sempre é por vontade própria. Uma das razões, que não tem como negar, é que os colégios estão superlotados, sem condições de abrir mais vagas.
É a crise da educação, “prioridade” de todos os governos que começa nos discursos de campanha e acaba sendo esquecido durante a gestão. Não é preciso lembrar que além da falta de professores e espaço físico para acomodar os alunos, existe também uma grande crise no esquecido “sistema” de ensino no Paraná, assim como em todo o Brasil.
As secretarias de educação, em geral, desprezam e ignoram onde e como vivem os alunos e seus pais. As parcas tentativas visando envolver a família no processo de educação, na prática isto não passaram das boas intenções. É o caso dos geoprocessamentos no Paraná, um programa que indica a escola mais próxima de acordo com o endereço. Foi encaminhado, com boas intenções, mas falho, pois, como exemplo, ignora que entre a casa e a escola existe: um bosque escuro, uma rodovia, uma rua sem saída e até a presença de marginais atuando abertamente no caminho na escola.
Nesta metrópole de 1,8 milhão de habitantes é raro um estabelecimento de ensino que consiga informar aos conselhos tutelares, por exemplo, o número de evadidos. E ainda mais raro o conselho com estrutura para dar conta das pilhas e pilhas de fichas.
Concentrar-se na melhoria do nível de ensino, ouvindo os pais: de perto, com tempo e discutindo as condições de cada estabelecimento com diretores e professores, visando levar ao aluno, mais que o simples conhecimento teórico, mas também, princípios de cidadania e consciência crítica. Fazer da escola referência para a sociedade como parceira da educação e não apenas um local físico, para onde enviamos nossos filhos todos os dias. É preciso educar com o mais amplo sentido da palavra.
Preparar cidadãos conscientes, estimulando a capacidade de raciocínio, aprimorando o senso crítico, as faculdades intelectuais, físicas e morais. Uma tarefa que precisa ser assumida não apenas pela escola e professores, mas em especial pelos governos e também pelos pais. Está na hora de levar a escola a sério.
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