Para que a fé possa atuar poderosamente, deve ela ter o seu ponto de apoio fora de todos os mundos a serem postos em movimento. Que crê porque vê, ou ouve, ou entende intelectualmente, não assenta a alavanca no ponto imóvel fora dos mundos a serem removidos.
“Fé como um grão de mostarda”, diz Jesus – não como um grão de areia. Quer dizer, uma fé viva, que encerre em si, ainda que potencialmente apenas a vida espiritual, assim como um grão de mostarda encerra em si uma planta inteira.
Ainda que a fé tenha que ver, em primeiro lugar, com o mundo espiritual, invisível, contudo os seus efeitos se refletem poderosamente também sobre o mundo material e visível. A firmeza, clareza, tranqüilidade e paz que a fé confere ao homem, cedo ou tarde cingem dum halo de serena felicidade a zona de sua vida cotidiana.
A experiência da verdade, em geral, nos exige sacrifícios iniciais e sofrimento; mas estas “desvantagens” aparentes e imediatas são amplamente compensadas, a longo alcance, por vantagens reais e permanentes.
A verdade é sempre libertadora, ainda que nos obrigue a andar pelo “caminho estreito” da disciplina.
A fé é o contato direto com a realidade.
Por isto tudo é possível àquele que tem “Fé”.
Quem tem fé sabe especialmente, possui a verdade.
A verdade, porém, é libertadora – liberta o homem de todos os impossíveis e lhe torna tudo possível.
Humberto Schvabe