- Allan Pereira -
A negociação que culminou na venda do Grupo Paulo Pimentel para o GRPCom é uma clara demonstração de que os grandes veículos de imprensa não estão preocupados com os tão divulgados princípios editoriais.
É justo que um profissional que queira se aposentar se desfaça do seu empreendimento em favor do seu merecido descanso. Paulo Pimentel foi um importante antagonista em uma história protagonizada pela Rede Globo e seus vários afiliados e parceiros. No entanto, sempre foi político e nunca escondeu isso, ao contrário da RPC que sempre foi dominada por empresários, mais focados no modo de trabalhar corporativo.
Ainda assim sabíamos que a diferença era importante. Neste caminho sem volta para a inculturação e globalização as diferenças perderam o sentido. Tudo está caminhando para o igual, mesma coisa, as mesmas marcas, cores e atitudes forjam uma democracia branda, onde só alguns estão aptos a exercer a liberdade de expressão, de opinião e de contestação.
Em 2012 o mundo deve acabar, e se não acabar, não saberemos o quanto isso valeria a pena. Mesmo assim prefiro começar o ano valorizando este veículo que me cedeu espaço para expressar minhas idéias, e peço que aconteça o mesmo com todos os veículos de bairro, agendas, blogs, rádios independentes e outros veículos que, num feliz universo alternativo, são os que nos permitem exercer um dos mais importantes pilares da democracia: o direito de fazer uma escolha.
Allan Luis Pereira
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Humberto Schvabe