“Quando está escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu to na Lanterna
Dos afogados
Eu to te esperando
Vê se não vai demorar”
Lanterna dos Afogados
Hebert Vianna
O medo é um sentimento universal: todos sentem e diversos estudos demonstram ser uma emoção primária (inata) do ser humano, necessária para proteção e perpetuação da espécie. A abrangência deste sentimento vai desde a decisão de lutar ou fugir até o acumulo traiçoeiro que deságua no estresse e na ansiedade, levando ao esgotamento físico e mental.
Pode-se estabelecer a velha dialética entre o ser e o estar. Ser ansioso é possuir sensação de tensão, apreensão e inquietação, dominando todos os demais aspectos de nossa personalidade. Estar ansioso é tudo isso acompanhado por manifestações orgânicas tais como palpitações (taquicardia), suor intenso (sudorese), tonturas, náuseas, dificuldade respiratória, extremidades frias etc.
Os transtornos de ansiedade correspondem aos estados de ansiedade (estar ansioso) em indivíduos que possuem uma personalidade ansiosa de fundo ou base (ser ansioso).
Somente quando o medo anormal (patológico) se manifesta como um transtorno ansioso, interferindo de maneira cotidiana e acentuada na vida do individuo, com prejuízos concretos nos setores social, afetivo e profissional, é que ele sente a necessidade de procurar ajuda especializada.
Fonte: Mentes com medo: da compreensão à superação. Autor: Ana Beatriz B. Silva.
Humberto Schvabe