Em debate sobre democracia em Curitiba, Nasser figura como único candidato a denunciar golpe

“Maneira eficiente de aumentar a sensação e o respeito da população pela democracia é respeitar o resultado das urnas”, resumiu o candidato a vice na chapa de Tadeu Veneri à Prefeitura de Curitiba, Nasser Ahmad Allan, em debate promovido pelo Instituto Atuação em parceria com o jornal Gazeta do Povo. “Começa por aí: não se utilizar de subterfúgios para alterar o resultado das urnas através de golpes: que foi o que aconteceu este ano”, prosseguiu Nasser em uma de suas intervenções no debate.

O candidato a vice-prefeito de Curitiba pelo Partido dos Trabalhadores (PT) foi o único entre os presentes no debate a caracterizar como golpe a ruptura no processo democrático provocada pela deposição da presidente Dilma Rousseff sem que houvesse comprovação de crime de responsabilidade.

O debate realizado no Hotel Radisson na última sexta-feira encerrou a chamada Semana da Democracia. O Instituto Atuação é uma organização não-governamental pautada pela ambição de transformar Curitiba em “Cidade-Modelo da Democracia”.

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Além da democracia, o debate abordou temas como participação popular e transparência no setor público. Nasser defendeu o desenvolvimento de mecanismos que permitam a transição para um modelo de democracia participativa, proporcionando mais poder de decisão aos eleitores e atendendo de maneira mais efetiva aos anseios da população.

“Não basta permitir a participação popular. É preciso dar efetividade a essa participação. É preciso dar um retorno sobre o que foi atendido ou não foi atendido e explicar o motivo dessa decisão”, respondeu Nasser ao falar sobre participação popular. “É necessário ter vontade política de transformar as discussões nessas instâncias em decisões efetivas da administração popular”, prosseguiu.

“A participação popular e a cultura política pressupõem um desenho institucional que realmente permita a participação por meio de conferências, conselhos municipais, audiências públicas, mas em horários nos quais as pessoas possam comparecer, e não às quatro horas da tarde, como tem sido feito, além de um orçamento participativo. Da maneira como funciona hoje, as audiências públicas apenas referendam uma decisão já tomada de antemão pelo administrador”, advertiu ele.

Nasser enfatizou ainda que o ICI hoje controla praticamente toda a informação relevante para o bom funcionamento da cidade. “É muito difícil falar em transparência quando há um monopólio da informação pelo Instituto Curitiba de Informática, ou Instituto das Cidades Inteligentes. É preciso abrir o ICI, o qual consideramos um dos ‘donos da cidade’, tanto no que se refere à administração municipal quanto no que diz respeito aos serviços prestados à população.”

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