Crianças com osteogênese imperfeita se fortalecem nas piscinas dos Clube da Gente

Foto Valdecir Galor SMCS-gazeta-do-bairro

As piscinas dos Clubes da Gente Bairro Novo e Boa Vista mudaram a rotina de 13 crianças de Curitiba e região metropolitana e deram novos motivos para elas sorrirem. Todas nasceram com osteogênese imperfeita, popularmente conhecida como doença dos ossos de vidro, e nas piscinas da Prefeitura fazem aulas gratuitas com exercícios específicos para fortalecer a musculatura sem riscos de se machucar.

Nesta segunda-feira, dia 6 de maio, é celebrado o Dia Internacional da Osteogênese Imperfeita, data escolhida para falar sobre a doença e divulgar informações para a sociedade.

Desde abril de 2018, a piscina do Clube da Gente Bairro Novo recebe Emanuelle Maria Giroldo, a Manu, de 9 anos. As aulas começaram após a mãe dela, Andreia Giroldo, conversar com professores da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) para ela nadar na piscina do Clube da Gente. Mãe e filha moram no Sítio Cercado, bem próximo ao local.

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Andreia explica a mudança que aconteceu na vida da Manu depois das aulas. “A qualidade de vida melhorou com a oportunidade de praticar esse esporte. Fora da água ela não pode fazer muitos exercícios nem algumas brincadeiras, pela fragilidade óssea que tem”, disse a mãe.

“Agora ela vive momentos que trazem alegria. Ela solta a pranchinha e começa a nadar de costas, eu presenciei algo muito perto dela evoluindo na natação. É muito prazeroso, traz bastante alegria”, completou Andreia.

Após Manu começar a fazer aulas e ter fotos divulgadas pela internet, outras crianças com a mesma doença rara começaram a fazer aulas nas piscinas dos Clubes da Gente. O projeto começou no dia 13 de agosto de 2018 e hoje reúne crianças de Curitiba, Campo Largo, Piraquara e São José dos Pinhais.

As aulas são feitas sempre às sextas-feiras, às 9h e às 15h, nos Clubes da Gente Bairro Novo e Boa Vista. O cuidado com as crianças começa desde o deslocamento para as piscinas. Uma van da Associação de Portadores de Osteogênese Imperfeita e Amigos (Apoia) faz o transporte, pois é preciso muito cuidado ao levar e segurar as crianças, que podem sofrer fraturas.

Coragem
No projeto, Manu é a criança mais experiente na natação e mais desenvolta na água. “Senti que me fortaleceu muito depois das aulas de natação. Antes eu era muito fraca”, disse a menina, que incentiva os amigos. “É bom encorajar os outros e superar o medo de se afogar. Não tenho medo de nadar, tem várias pessoas do meu lado me apoiando e me ajudando. É muito legal nadar do lado da minha mãe”, explicou Manu.

Juntos nas aulas
Esse é um diferencial das aulas de hidrorecreação nos Clubes da Gente com as crianças com osteogênese imperfeita. As mães ou pais das crianças entram juntos na água para fazer os exercícios.

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Cláudio José Terra, professor de natação da Smelj, explica que é feito um trabalho funcional com as crianças. “As limitações que eles têm fora da água aqui não existem. A mãe ou o pai sempre vêm juntos, esse é um dos objetivos da atividade para que tenha esse contato da mãe com o filho, do pai com o filho. Esse trabalho na água fortalece a musculatura e diminui as dores que sentem”, disse Cláudio.

Josiane Aparecida Belli Alves faz aula com a filha Nicolly Gabriele Belli de Souza, 8 anos. Elas moram em São José dos Pinhais. “A Nicolly ama vir aqui fazer aula. É muito bom para as crianças, para eles terem uma qualidade de vida melhor”, disse Josiane. A menina começou a fazer aulas em setembro do ano passado no Clube da Gente Bairro Novo.

“Antes ela tinha muitas dores ósseas. Isso diminuiu 50%. É gratificante ver ela se exercitando, ficar sozinha na água. Ela não consegue ficar em pé sozinha no chão. Aqui na piscina ela fica livre”, disse Josiane.
“Gosto de tentar nadar aqui, de fazer cavalinho na boia de macarrão”, afirmou Nicolly.

Projeto pioneiro
Kelly Lima, 51 anos, é coordenadora da região Sul da Associação Nacional de Osteogênese Imperfeita (Anoi) e também se juntou para fazer as aulas com as crianças. “Esse projeto é pioneiro. Não existe no Brasil aulas gratuitas para crianças e pessoas com osteogênese. Essa é uma luta nossa há mais de 10 anos”, explicou Kelly, que mora no Campo Comprido e faz aulas desde março no Clube da Gente Bairro Novo.

 

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