Quero minha esperança de volta

hs-gazeta-do-bairro

Durante o almoço de hoje (27-08) assisti dois policiais largarem a comida para sair correndo atender uma ocorrência. Isto me fez ampliar o raciocínio que preparava para este editorial sobre a falta de confiança da população com metade dela fugindo das indispensáveis e protetoras campanhas de vacinação.
Estamos vivendo um momento muito difícil, de insegurança, com crimes por todos os lados da cidade e por todas as cidades do Brasil. Uma insegurança que atinge não apenas a nós cidadãos, mas a todas as instâncias do poder. Se não posso generalizar, afirmando que ninguém mais acredita em ninguém; tenho convicção de que esta sensação predomina.
Mais grave, amigos, antes de ser “problema da falta de segurança”, da desesperança, é “consequência” da falta de educação formal (com pessoas incapazes de entendimento de um texto).
Desesperança motivada pela falta de confiança nas instituições responsáveis pela administração do Brasil, criando este clima de “cada um cuidar de si”, ao mesmo tempo em que nos incentiva a copiar o exemplo de levar vantagem em tudo. Triste vício petrificado em nossa cultura pela chamada “Lei de Gerson”, mesmo depois de décadas desta malfadada companha publicitária de cigarro no ano de1976.
Enraizados, este e outros vícios, incentivam a “cada um cuidar de si”, esquecendo o respeito aos direitos “do resto”. Calou fundo no hábito (vício) da Nação, calou ainda mais na cultura dominante, nos mais fortes e poderosos; nos poderes constituídos e, especialmente no meio político, suplantando o velho e singelo vencer na vida.
“Desavergonhado” meio de vencer pela mentira dissimulada. Uma ameaça que insiste em nos empurrar para longe da fé e da esperança por dias melhores.
Em nossa linha editorial, sempre pregamos a confiança no futuro ao lado da necessidade de uma efetiva política de educação. Hoje, confesso, titubeia esta esperança numa sociedade mais justa. Honesta e justa, com direitos iguais e poder distribuído entre todas as camadas sociais. Sem a perfeição utópica, mas menos assustadora permitindo a circulação dos bons ares da esperança.

Compartilhe este artigo
adbanner