Como atitude mental, a atenção serve muito bem para fazermos um paralelo dentro das oportunidades aos filhos de famílias menos favorecidas dentro deste nosso querido Brasil. A ciência reconhece a atenção como fundamental ao direcionar o foco consciente ou inconscientemente para os mais diversos aspectos e ou partes da realidade que nos cerca. Quanto mais atenção para com algum pensamento ou trabalho, mais qualidade vamos alcançar. Assim também deveria ser com uma sociedade mais equilibrada.
Tudo começa com os pais, irmãos e pessoas do convívio diário, onde as tendências naturais podem ser incrementadas ou afrontadas. Ao conviver com o comportamento que o cerca, o indivíduo desde cedo vai formando e direcionando sua atenção. Neste direcionamento vai “aprendendo” coisas boas e coisas ruins, dentro dos valores dos que o cercam. Pode ser um bom cidadão se criando num ambiente marginal e também pode ser um bandido crescendo num meio intelectual. Pode, mas é sempre uma exceção.
Filhos de pais “normais” aprendem coisas boas construtivas, como ser bom, temer o mal, respeitar o semelhante, fazer o bem, estudar, ter horários, ter compromissos, respeito, etc. Filhos de pais “anormais” também podem aprender tudo isto. Podem, mas, terão de fazer isto fora de casa, pois seus pais, quando estão em casa, vivem em conflito sem paciência nem conhecimento para ensinar coisas boas. Revoltados vivem a reclamar da falta de tudo, quando não levam orientam com exemplos negativos contra a sociedade por ter nascido sem nada, não ter o alimento necessário para por na mesa (quando tem mesa).
Aprofundando minhas informações sobre a atenção descobri que ela é a base do conhecimento, pois nos indica para onde vai nosso pensamento, nosso estudo, nosso caminho. Como uma pessoa sem alimentação adequada vai pensar em concentrar atenção em alguma coisa. Assimilando o exemplo das ações e reações dos pais ela vai seguir neste mesmo caminho na escola e no convívio social.
Privilegiado com o conhecimento prematuro de um determinado conteúdo, os “normais” convivem aos 7, 8 anos com informações que os “anormais” só vão tomar conhecimento diante de um policial ou de um juiz ao descobrirem que suas desculpas só valiam para os pais. Na sociedade a realidade é mais dura.
Resumidamente, meu amigo, isto é falta de oportunidade, coisa que muita gente ignora com o argumento de que todos sabem o que é certo ou errado. Não sabem não e quando sabem não entendem. Eu, por exemplo não sei como alguém pode aprender algo de bom ou de ruim sem estudar ou sem um bom ou mau exemplo. Sempre vai existir alguma exceção. A regra é esta, quem é bem orientado vê horizontes, percebe oportunidades ao longe; quem é mal orientado, ou anda sozinho dirige seus olhares para as necessidades do dia a dia e muito raramente vai levantar os olhos para o horizonte, onde poderia ver a luz de um amanhã de sucesso.
Por mais que você possa questionar que todo mundo sabe o que é certo ou errado e que pessoas da mesma origem acabam seguindo caminhos diferentes, insisto para a necessidade de levar todos à escola. Somente ali nossos filhos aprenderão o caminho do bem; desenvolverão sua consciência cidadã a fim de conseguirmos uma sociedade melhor, mais digna e justa.
Bandido vamos ter sempre, ricos e pobres; o que não podemos é permitir a continuidade desta fábrica de bandidos que se desenvolve neste meio onde estudar, e votar, mais que um direito é um dever.
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Humberto Schvabe
Humberto Schvabe