Plano de revitalização do Rio Belém ganha fôlego e ações já estão em andamento

Dos cinco eixos estruturais do Plano de Revitalização da Bacia do Rio Belém, apresentado no final de 2017, pela Prefeitura de Curitiba e Governo do Estado, pelo menos dois já estão em andamento: a implantação de um sistema de fitorremediação e a melhoria na rede de esgotamento sanitário. Esta é a informação divulgada nesta quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, pelo coordenador da campanha “+Vida no Rio Belém”, deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), que esteve com o diretor de Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba, Ibson Campos, para tratar sobre a situação do plano.
Segundo Campos, o sistema de fitorremediação é uma técnica natural para filtrar as águas do Belém com o uso de plantas aquáticas. “Temos alguns projetos para criarmos parques filtrantes, um deles próximo a Vila Capanema, no Rio Juvevê e outro no Passeio Público. Estamos envolvendo as universidades, que nos ajudarão a monitorar e pesquisar a eficiência desta nova técnica como aliada para despoluir o Belém”, explicou o diretor.
Já em relação às irregularidades na rede de esgoto, considerado o principal motivo pela poluição do rio, as vistorias foram intensificadas. De acordo com o plano serão realizadas mais de 43 mil visitas na Bacia do Rio Belém, onde existem hoje mais de 15 mil ligações com irregularidades e mais de 27 mil sem vistoria. Também estão previstos no plano o aumento de capacidade da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Belém e a substituição da rede de esgoto na região central de Curitiba, previsto no Plano Municipal de Saneamento Básico.
“Percebemos que há um avanço no plano e estamos felizes com o fato de existir um projeto objetivo e claro em suas metas. Este tema já é antigo e por muitas vezes ficou só na intenção, no discurso. Hoje há concepção e projeto, e vamos acompanhar todas as etapas até que, de fato, o Belém volte a ter vida e seja motivo de orgulho de todos nós”, afirmou Rasca Rodrigues, idealizador da campanha “+Vida no Rio Belém”, criada em 2016 para fomentar ações em prol da despoluição do rio.
O Plano de Revitalização conta ainda com outros três eixos, com metas de média a longo prazo: Obras e Projetos de Infraestrutura; a Criação e Ampliação de Unidades de Conservação e ações de Educação Ambiental.
“Na questão das obras e infraestrutura já existem intervenções no Rio Pinheirinho e Água Verde, por exemplo, dentro do plano. Ou seja, parte dos recursos já foram viabilizados, mas ainda há recursos para serem captados a longo prazo. Ainda não temos dinheiro para tudo”, contou Campos.
 
Novos parques 
Também é uma meta de longo prazo a ampliação e criação de novas Unidades de Conservação no município. Pelo plano, o Parque das Nascentes do Rio Belém, no bairro Cachoeira, que hoje possui 15 mil metros quadrados, será ampliado para 115 mil metros quadrados. A medida protegeria nascentes que atualmente estão fora da área do parque.
Outros dois projetos são a criação de um parque à montante do Parque São Lourenço, na Rua Reinaldo Hecke, no bairro Abranches, e o Parque Linear “Três Marcos”, nas margens do Córrego Tapajós, no bairro Vila Hauer. “São projetos de longo prazo, que ainda necessitam de recursos, mas são importantes para consolidar a proteção do rio”, afirmou Campos.
Fora dos planos 
Ao ser questionado por Rasca se o plano tem como objetivo a navegabilidade do Rio Belém, o uso pela população ou até mesmo a possibilidade de abrir o rio onde atualmente é enterrado (região central), Campos foi enfático ao afirmar que todas as opções não estão previstas no Plano de Revitalização em andamento.
“A proposta é trabalhar para despoluir o rio. Temos técnicos que defendem algumas destas ideias, existem discussões, mas isto não faz parte do plano neste momento”, explicou.

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