Estamos sendo navegados?
Estamos caminhando e consumindo pelo celular. Já parou para refletir sobre a força e o domínio dos algoritmos no mundo atual? Eles vão muito além de apenas mostrar o que “queremos ver”. Elesfiltram, organizam e criam o que desejamos ver- ou, melhor dizendo, o que alguém está pagando.
Mais do que replicar interesses, os algoritmos decodificam desejos ocultos, identificam gatilhos emocionais e oferecem estímulos programados para prender nossa atenção. Pense neste paralelo: como ratos de laboratório que apertam alavancas em troca de recompensas, nós também somos treinados. Só que agora, o treinamento ésubliminar. Cada “scroll”, cada clique e cada segundo de atenção refinam o próximo estímulo que manterá você conectado por mais tempo.
E o mais grave: o que mais gera engajamento não é equilíbrio, mas sim emoções polarizadoras e automáticas — indignação, raiva, medo, inveja e a falsa necessidade de validação instantânea. O que alimenta esta máquina são as nossas reações mais intensas e vulneráveis. Esse é o combustível dessa maravilha tecnológica.
Um combustível para acionar, movimentar uma realidade filtrada e organizada por algoritmos para circular e ser consumida dentro da grande rede.
Então, quando aceitamos esse jogo sem questionar,terceirizamos nossa consciência. Permitimos que sistemas projetados para maximizar lucro decidam:Quais ideias merecem nossa atenção,Quais emoções devemos sentir,Quais versões da realidade são “relevantes”.
E aí, deixamos de navegar.Estamos sendo navegados.
Mas temos uma escolha. Sempre.Pensar e trabalhar um pouco para redefinir meu consumo digital. Escolher fontes, buscar espaços que nutrem, em vez de drenar e configurar o celular e desenvolver filtros próprios. Vamos fazer valor nossa vontade, decidir sobre aquilo que nos influencia.
Quem está no comando do seu celular do seu feed - e da sua mente?
Reflexão:o que você tem feito para recuperar o controle sobre o que consome online?Desafio:compartilhe uma ação concreta que você adota para não ser “navegado”.