Gestão

Startup americana oferece serviço inusitado

reclamar do chefe em nome dos funcionários

Uma empresa norte-americana tem chamado atenção por um modelo de negócio nada convencional: ser a porta-voz de trabalhadores insatisfeitos com seus chefes. A OCDA (Occupational Care, Diversity Affairs), criada por Calimar White, nos Estados Unidos, se apresenta como uma companhia dedicada a “retificar reclamações e proporcionar um melhor ambiente de trabalho”. 

Mas, na prática, a proposta é bem mais direta: transmitir mensagens ríspidas e, em alguns casos, ofensivas de empregados para seus superiores, de forma anônima.

O funcionamento é simples: o funcionário envia sua queixa à empresa, muitas vezes acompanhada de xingamentos ou desabafos pesados.

White, então, encaminha a mensagem ao chefe, garantindo total sigilo da identidade do cliente. Segundo a criadora, a ideia nasceu após observar como muitos profissionais sofrem em silêncio por medo de retaliações no ambiente corporativo.

A iniciativa rapidamente viralizou nas redes sociais, gerando debates nos Estados Unidos. Parte do público vê o serviço como uma forma criativa de aliviar o estresse e dar voz a trabalhadores sem poder de fala dentro das empresas.

Outros, porém, criticam o projeto por acreditar que a prática pode agravar conflitos, em vez de resolvê-los, prejudicando ainda mais a comunicação entre empregadores e empregados.

Especialistas em recursos humanos apontam que o fenômeno revela uma realidade crescente: o aumento das tensões no ambiente de trabalho, impulsionado por metas mais rígidas, sobrecarga profissional e baixa abertura para o diálogo em muitas companhias.

Não por acaso, serviços alternativos de “desabafo” e até aplicativos de avaliação anônima de empresas têm se popularizado nos últimos anos.

Com a repercussão, a OCDA se tornou não apenas uma curiosidade, mas também um reflexo de como a insatisfação trabalhista pode gerar negócios inesperados ainda que controversos.


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