O aumento dos casos de dengue levaram a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná a declarar situação de epidemia da doença
Os números dos boletins semanais da dengue mostram que os casos prováveis e confirmados estão acima do esperado para o período epidemiológico, por isso a configuração de um cenário epidêmico.O novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e deve seguir até julho. O boletim informa ainda que 365 municípios possuem casos notificados, sendo que 287 tiveram confirmação de casos.
As Macrorregiões Oeste e Norte concentram o maior número de casos confirmados. Francisco Beltrão, Medianeira, Arapongas, Cascavel, Salto do Lontra, Ampére, Catanduvas, Iracema do Oeste e Realeza foram os municípios com maior número de casos confirmados nas últimas seis semanas.Esta é mais uma manifestação coletiva de uma doença que rapidamente se espalha, por contágio direto ou indireto, até atingir um grande número de pessoas em um determinado território e que depois se extingue após um período. O Diagrama de Controle é um dos métodos utilizados para a verificação de ocorrência de uma epidemia. Ele consiste na representação gráfica, considerando uma série histórica de 12 anos, sugerindo limites máximo e mínimo de casos absolutos esperados.Entre 2019 e 2020, o Paraná enfrentou uma das piores epidemias de dengue da sua história, desde que começou a ser monitorada, em 1991. Nesse período foram registrados 227.724 casos confirmados da doença, com 177 mortes. Até então, o pior período havia sido entre 2015 e 2016, com pouco mais de 56 mil casos e 61 mortes.O secretário de Estado da Saúde César Neves informou que “equipes já estão a campo nas regiões onde prevalece o maior número de casos, orientando a população. Estamos promovendo tutoriais para os médicos para esse enfrentamento para que haja o diagnóstico assertivo. Precisamos reavivar os métodos de combate da dengue. Aquele vaso de água, de entulho, na cisterna de captação de água, entulhos devem ser evitados, pois o criador do mosquito pode estar lá”.O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é causador também de outras doenças chamadas de arboviroses, caso da zika e chikungunya. De acordo com o boletim semanal, houve 210 notificações de chikungunya, com 12 casos foram confirmados.As arboviroses (dengue, zika e chikungunya) são transmitidas pela picada do Aedes aegypti. É necessário ficar atento a possíveis criadouros do mosquito e, assim, eliminar esses locais de risco, para evitar a propagação das doenças.
Curitiba começa a usar drones para localizar focos do mosquito da dengue
O aumento de focos de Aedes aegypti em Curitiba fez a Prefeitura adotar uma nova estratégia para evitar a entrada da doença na cidade. Agentes de combate a endemias da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) estão usando drones para inspecionar terrenos de difícil acesso e empresas de grande extensão.O drone é usando para vistoriar áreas de difícil acesso, como terrenos baldios cercados por muros, edificações altas e empresas com grande extensão.
Quando o agente identifica uma área de difícil acesso ele pode agendar a inspeção com o uso dessa tecnologia. O drone faz a captura das imagens e em caso de identificação de situação risco – criadouros do mosquito – o proprietário é notificado para regularizar a situação.O agente de combate às endemias Orlando Pereira opera o equipamento e conta os benefícios trazidos pelo uso da nova tecnologia.“O drone nos ajuda a inspecionar terrenos que antes não conseguíamos acessar e também em situações como a fiscalização de caixas d’águas, sem que a gente precise usar escadas. Veio para facilitar, agilizar e trazer mais qualidade à rotina de trabalho” contou Pereira.A nova ferramenta reforça as ações da Prefeitura no combate ao mosquito transmissor de doenças graves como dengue, zyka e chikungunya.Além dos mutirões, agentes de endemias fazem inspeções de rotina ou em locais denunciados, ações educativas e de bloqueio, e monitoramentos de pontos estratégicos ou com larvitrampas e ovitrampas.
Números de CuritibaAté o fim de abril, os agentes de endemias da SMS encontraram na cidade 582 focos do mosquito na cidade, mais que o dobro com relação ao ano passado, quando foram encontrados 282 focos no mesmo período.O último balanço atualizado pela vigilância epidemiológica aponta 29 casos da doença confirmados em moradores de Curitiba nesse ano, todos importados – a pessoa mora em Curitiba, mas contraiu a doença em viagem para outra cidade.O aumento de população de Aedes gera preocupação para as autoridades de saúde, pois cresce o risco de ter a circulação da doença na cidade e a ocorrência de casos autóctones.
Concentração dos focosSegundo Tatiana, 65% dos focos positivos para o Aedes aegypti identificados em Curitiba, foram encontrados em áreas residenciais, o que comprova a necessidade de que a população mantenho o cuidado.
SintomasA SMS também alerta para os sintomas da doeça, que são, febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e manchas pelo corpo. Nestes casos, é importante buscar atendimento médico.
Dez passos para afastar o Aedes aegypti
1 – Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água.2 – Coloque o lixo em sacos plásticos e lixeira sempre bem fechada.3 – Não jogue lixo em terrenos baldios.4 – Se guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.5 – Não deixe a água da chuva acumular sobre a laje.6 – Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda.7 – Se guardar pneus velhos, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.8 – Limpe as calhas com frequência.9 – Lave com frequência, com água e sabão, os recipientes usados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.10 – Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana.