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Famílias em extrema pobreza degradam a sociedade

Pode até parecer difícil de entender, mas 258 mil famílias paranaenses vivem em situação de extrema pobreza e um 400 mil grupos familiares recebem o benefício do Bolsa-Família. Famílias que, em geral, têm cerca de 3 filhos.

A gente sabe que a pandemia trouxe muitos prejuízos e também a desgraça de levar a um aumento significativo de agressões em casa e outras violações de direitos, em especial de mulheres e crianças.

Além do aumento da pobreza e da extrema pobreza, a situação geral foi agravada pelo desemprego e falta de acesso à renda e até mesmo na qualidade do atendimento da saúde pública, habitação, entre outras. E mais triste mesmo é que a qualidade da miserável educação, que tanto nos envergonha, caiu ainda mais.

Estas informações estão sendo lembradas aqui em função de que no dia 20 de fevereiro tivemos o Dia Mundial da Justiça Social. E nesta oportunidade, o Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR) lembrou da importância da atuação da categoria na garantia dos direitos da população e contextualiza as violações que a pandemia gerou, como é o caso do aumento de pessoas vivendo em situação de pobreza e em subempregos. 

É bom também lembrar que um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no ano passado mostrou que o número de pessoas em situação de pobreza no Brasil praticamente triplicou, passando de 9,5 milhões para 27 milhões de pessoas, ou seja, 12% da população brasileira.

Uma miséria que não tem solução, mas que poderia ser amenizada com a oportunidade de um boa escola para todos. 

Enquanto os 10% mais ricos no Brasil tiverem em suas mãos mais da metade (59%) da renda nacional total.

É alarmante saber que a metade da população, do lado mais pobre, fica com menos de 1% da riqueza do país Pior ainda é ver a realidade de que apenas 1% da população, os bilionários, têm em suas mãos praticamente a metade de todo o dinheiro do Brasil.

Conviver com diferenças de renda é normal.

Quem trabalha ou tem mais capacidade merece ganhar mais e viver melhor. Mas permitir uma diferença tão grande onde tanta gente viva de maneira degradante é uma vergonha. Os homens que comandam a cidade, o estado e o país fingem não existir. Uma vergonha, isto porque eles sabem muito melhor que todos nós. Só permitem porque vivem uma realidade fora da realidade.

 

Denise contextualiza que houve avanços na área da justiça social no Brasil, principalmente depois da Constituição Federal de 1988, que garante um conjunto de direitos individuais, políticos, econômicos, sociais e ambientais acompanhados da implementação de políticas sociais públicas como responsabilidade primordial do Estado brasileiro. “Todavia, não podemos esquecer que, historicamente, a constituição da sociedade brasileira é marcada por uma trajetória escravocrata, patriarcal e colonial, que em muito contribuiu para acirrar as desigualdades sociais, com um forte determinante das desigualdades de raça, gênero e classe social”, finaliza.

E todos nós, normais, que ficamos entre estes dois extremos, também pagamos por isto.


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