Geral

Mais de 4 mil hectares de desmatamento foram evitados com a realização do Programa de Serviços Ambientais Soja Brasil

  • Projeto piloto aconteceu em 50 propriedades no Maranhão, promovendo o pagamento por ações sustentáveis nas propriedades rurais
  • Objetivo é a elaboração de uma prova de conceito que incentive a fixação de carbono no solo, a preservação de água e da biodiversidade e a consequente redução da pressão por desmatamento
  • Mais de 10 toneladas de carbono foram sequestradas no projeto

Iniciado em setembro de 2020, o PSA Soja Brasil, projeto piloto de ações sustentáveis em propriedades de soja, evitou que 4.095 hectares fossem potencialmente desmatados. A adoção de boas práticas agrícolas também possibilitou o sequestro de 10,4 toneladas de carbono nas amostras das áreas analisadas. Na quarta-feira (11/08), foi realizado o evento online de reconhecimento dos produtores rurais que participaram da iniciativa.

O PSA Soja Brasil foi idealizado para apoiar o processo de construção de um compromisso público privado que a aliança TFA (Tropical Forest Alliance) vem liderando desde o início de 2020 com participação ativa de vários atores da cadeia da soja e da agenda de conservação. A partir do reconhecimento de que mecanismos de incentivo a produtores são centrais para a redução do desmatamento associado a produção de soja, esses atores concordaram pela realização de um projeto que experimentasse e validasse metodologias de aferição e precificação de serviços ambientais em propriedades de soja do cerrado brasileiro.

A Sumitomo Chemical aceitou participar do projeto apoiando diretamente as ações de engajamento e pagamento pelos serviços ambientais de 50 propriedades do sul do estado do Maranhão, na região do município de Balsas. O projeto testou uma metodologia de precificação em áreas de cultivo de soja e os pagamentos aconteceram pela disponibilidade hídrica na propriedade, pelo carbono elementar no solo e pela manutenção da biodiversidade nas áreas de preservação permanente e de reserva legal.

Diretor-geral da Sumitomo Chemical no Brasil, Fernando Manzeppi parabenizou os envolvidos pelo resultado conquistado. “A Sumitomo Chemical é uma empresa que tem a sustentabilidade em seu DNA. Nós pensamos em sustentabilidade em tudo que fazemos. Nossas ambições de negócios sempre precisam estar em harmonia com os interesses da sociedade. Participamos de vários acordos de práticas ambientais e acreditamos que o caminho ideal é a produtividade com sustentabilidade, o que poderá ajudar a direcionar os produtores agrícolas brasileiros a continuar produzindo e atendendo as demandas globais e da sociedade. Agradeço a todos que participaram desse importante passo e reforço que a Sumitomo Chemical continua apoiando e fomentando iniciativas como essa, além de outras que já estão em nossa agenda estratégica para o Brasil”.

Fabiola Zerbini, diretora da TFA para a América Latina, destacou que, pelas leis do Brasil, o produtor rural já conserva sua área, “mas podemos ir além, garantindo que a expansão de soja possa se dar sem que novas áreas de florestas precisem ser convertidas”. “O Brasil é uma potência agrícola, mas também uma potência florestal que pode e deve ser remunerada pelos serviços ambientais que presta ao mundo”, reforçou ao destacar que o projeto precisa escalonar para todo o território brasileiro, a partir de uma combinação de políticas públicas e investimentos privados.

O coordenador da TFA Brasil, Eduardo Caldas, explica que o projeto fecha um ciclo, conseguindo entender as necessidades tanto do ponto de vista do agricultor como da implementação efetiva de um pagamento por serviços ambientais. “Começamos um embrião para dar escala e colocar as várias regiões do Brasil em uma agricultura mais sustentável e para a preservação de áreas nativas. É um dos grandes incentivos para que possa haver uma ligação efetiva entre diversos segmentos da sociedade”.

Dados

Marco Antônio Fujihara, fundador da Techsocial e EcoFix, explicou que as 50 fazendas convidadas representam 450 mil hectares no sul do Maranhão. Ao todo, 618 amostras de solo foram analisadas em laboratório, a fim de entender a linha de base do acúmulo de carbono no solo. “Foi criada uma forma de precificação, com base em práticas agrícolas sustentáveis. Os serviços ambientais foram atrelados ao preço da soja, para deixar o mais justo possível”, contou Fujihara. Esses dados foram inseridos em uma plataforma online.

Fujihara destacou ainda que o manejo agrícola aumenta o estoque de carbono no solo, ou seja, os maiores valores de estoque de carbono estão associados prioritariamente ao plantio direto, manejo da palhada e textura do solo.

Paulo Kreling, sócio-proprietário da fazenda Temerante, uma das participantes do projeto, parabenizou a Sumitomo Chemical por ter escolhido o Maranhão para o projeto piloto. “A experiência que tive com o PSA foi muito boa. Acredito que mais produtores queiram participar, trabalhar em conjunto para fazer o sequestro do carbono, produzir matéria orgânica e aumentar a produtividade”.

O diretor-executivo de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Sumitomo Chemical, Nairo Piña Rojas, afirmou que a companhia tem compromisso há muitos anos com a sustentabilidade, o agronegócio, o meio ambiente e a sociedade. “Esse equilíbrio está nos nossos pilares estratégicos. A Sumitomo Chemical é signatária dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e, em 2020, começamos a trabalhar com a EcoFix e a TFA no projeto piloto no Maranhão”. Rojas destaca que a Sumitomo Chemical está desenvolvendo uma linha de produtos BioRacionais, os quais serão uma peça fundamental dessas iniciativas de sustentabilidade que são promovidas. “Vamos dar continuidade ao projeto no Maranhão, pois é um Estado que limita com a floresta amazônica e a Sumitomo Chemical gostaria de continuar contribuindo para desenvolver ferramentas que permitam o desenvolvimento agrícola em harmonia com a floresta. Investir na preservação da floresta, respeitando a área nativa e o que se produz”.

José dos Santos Júnior, gerente de Projetos Especiais da Sumitomo Chemical, afirma que para a companhia foi fundamental participar do projeto no Maranhão. “Para entendermos a metodologia padrão que estamos utilizando internacionalmente e para trabalhar nos cálculos e quantificar o carbono no solo. Futuramente, a precificação e a comercialização de carbono serão uma alternativa de renda aos agricultores”.

PSA em Mato Grosso

Mato Grosso, o maior produtor de grãos do Brasil, é o atual Estado a receber o PSA Soja Brasil. São cinco propriedades rurais que participam do projeto, todas localizadas no município de Campos de Júlio (distante 550 km de Cuiabá), e os primeiros dados já demonstram redução nos custos da metodologia de aferição do carbono de solo, fator que pode ser chave no escalonamento da proposta.

As unidades somam mais de 19 mil hectares, sendo 12.323 hectares de área produtiva e 7.414 hectares de vegetação nativa. O PSA Soja Brasil em Mato Grosso visa aprimorar e dar mais escalabilidade às metodologias de quantificação e precificação de Pagamento de Serviços Ambientais, levando em conta os aprendizados da primeira versão do projeto no Maranhão.


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