Muito além da falta de pigmento da pele, o albinismo é algo que requer cuidados especiais por seus portadores, orienta a médica dermatologista Dra. Hellisse Bastos.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, atualmente existem 21.000 mil pessoas no Brasil que são albinas. Para quem não conhece profundamente, o albinismo é uma anomalia genética relacionada a síntese de melanina no corpo, aquela que é responsável pela cor da pele. O indivíduo albino nasce com essa deficiência que afeta não somente a epiderme, mas também os cabelos e os olhos, daí uma grande preocupação que precisa ser explicada.
Diante do fato de que o Brasil é um país tropical, de altas temperaturas, a melanina é uma grande aliada para a proteção contra os efeitos da exposição solar a longo prazo. Porém, conforme explica a médica dermatologista Dra. Hellisse Bastos, “o albino tem mais propensão ao aparecimento de lesões pré-cancerígenas e mesmo os tumores malignos de pele com o avançar do tempo, como a ceratose actínica e os carcinomas basocelulares e espinocelulares”, observa. Do ponto de vista oftalmológico, estes indivíduos podem sofrer problemas oculares justamente pela falta de pigmento na área dos olhos, acrescenta a médica.
Para evitar problemas desta natureza, a dermatologista recomenda que “o ideal é que essas pessoas suplementem a vitamina D, pois grandes exposições solares ao longo do tempo são um fator de risco. Por não terem a melanina para se proteger, o ideal é sempre usarem acessórios como chapéu ou boné, além de vestirem roupas com proteção solar. Para os olhos, é importante estarem de óculos escuros também”, acrescenta.
Os diferentes níveis de albinismo
Esta informação pode não ser conhecida do grande público, mas Dra. Hellisse lembra que existem diversos níveis de albinismo, “que vão desde casos em que a pessoa tem algum pigmento até aqueles mais graves que é a ausência total deles”, observa.
O que não quer dizer que estas pessoas devem viver em estado de alerta o tempo todo. “Essas pessoas podem viver normalmente, sem nenhuma dificuldade a mais, e podem tomar os devidos cuidados e assim não sofrerão esses danos”.
Procedimentos estéticos, pode?
Para quem deseja fazer procedimentos estéticos na pele, o ideal é sempre procurar um profissional médico para avaliar cada caso individualmente. A dermatologista revela que “uma das queixas mais comuns são as desordens pigmentares de melanina, assim a pele fica parecendo que tem uma espécie de ‘sardinhas’. Com isso é possível fazer tratamentos com lasers que vão ajudar a equilibrar e harmonizar isso. Mas, para qualquer tratamento que se conheça, o ideal é sempre consultar um médico especializado para que ele possa te dar as recomendações necessárias”, completa Dra. Hellisse.
Humberto Schvabe