Um dos maiores ícones da cidade de Curitiba, o curitibano Jaime Lerner é, a partir de agora, mais um nome a ser lembrado pela sua passagem aqui entre nós.
Misturando sua militância política com a profissão de arquiteto e urbanista é um nome que levou Curitiba ao mundo, assim como teve Curitiba como sua principal obra para levar seu nome ao mundo.
Do inesquecível calçadão da XV, um risco que assumiu e virou moda, ao modal de transporte coletivo se tornou um nome admirado e respeitado pela grande maioria dos curitibanos. Para quem acompanhou seus tempos áureos, fica sempre a lembrança de sua mulher e grande parceira Fani Lerner, que faleceu aos 63 anos, no ano de 2009.
Mesmo sem assumir a condição de político, mantendo uma militância discreta, sua vida sempre girou em torno da vida pública desde seu ingresso numa assessoria de planejamento que antecedeu o Ippuc onde coordenou uma equipe que fez história. Também teve muita influência em diversos governos que o sucederam, muitos deles fazendo parte da histórica equipe dos anos de ouro à frente do Palácio 29 de Março.
Indicado por governadores “indicados” pelos militares, chegou a primeira vez ao cargo de prefeito da capital em 1971, voltando posteriormente pela mão do então governador Ney Braga em 1979. Depois em 1988, Lerner foi eleito pela primeira vez pelo voto direto. Nestes 3 mandatos intercalados consolidou seu nome com um grande prefeito. Depois chegou ao governo do Estado, um governo pífio, deixando como legado os famigerados pedágios que até hoje estão servindo de exemplo negativo para a privatização de rodovias no Brasil.
Fez muito por Curitiba, mas ficou em dívida com o Paraná, mesmo sendo reeleito para o cargo que ocupou por 8 anos consecutivos. Em resumo, foi uma personalidade das mais respeitadas do Brasil em boa parte do mundo.
Humberto Schvabe