Hoje eu poderia começar dizendo que o dia amanheceu triste, frio, mas, refletindo um pouco mais consigo perceber que amanheceu encantador. Com todo este frio pensei e encontrei algo para combater esta monotonia de um dia sem sol, nada mais aprazível que escrever sobre o que nos acalenta. Sobre as coisas maravilhosas se eternizando em nossa memória. Pois então nada melhor que falar sobre textos. O amor pela palavra escrita, me acompanha desde criança, quando exercitava minha caligrafia escrevendo com carvão ou garatujando o chão do terreiro onde meu pai, na época agricultor, secava o café em grão. A escrita seja uma carta, um bilhete ou um rascunho, tem o poder de resgatar memórias, histórias… depois de pronunciado, pode sair doce ou amargo. Pode acalentar, ferir, alegrar, unir, separar, abençoar, amaldiçoar… enfim. Até hoje me vejo presa a palavra escrita. De preferência com uma boa caneta na ponta de meus dedos, onde desenho minhas palavras. Sou meio “fissurada” por elas; anoto tudo que acho interessante, inclusive algumas dicas de português. Enxergo a palavra como ferramenta do pensamento, pois sei que existe uma ligação entre a palavra e seu significado. Assim uma palavra dita, depois de pronunciada, não pode mais ser recolhida, ela paira no espaço e exerce seus efeitos, principalmente para quem costuma falar sem pensar. Se já falou antes de pensar, o jeito é esperar, esfriar a cabeça e com jeitinho esclarecer o dito. Já o texto escrito pode ser lido, corrigido e virar documento. Quando olhamos as coisas com lente distorcida, no decorrer de nossas vidas, os conflitos e as incertezas podem se acumular. No entanto após refletir, uma palavra posta na hora certa, pode solucionar muitos problemas, ou até mesmo salvar vidas. Pense antes de falar, mas nunca deixe de falar o que pensa. Quantas vezes as palavras saem traiçoeiras, você pensa em colocar algo e na hora, não sai aquilo que você imaginou, o sentido da frase muda. Como seria mais fácil se comunicar através do pensamento! E para este papel que a vida desempenha, nada mais plausível que usar sempre da sinceridade, pois, a verdade prevalece e nos ilumina.
Garatujando
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Autor:Humberto Schvabe