Por que sou infeliz?

Por que fulano disse isso? Por que sicrano fez aquilo? Por que beltrano me abandonou? É o que meu ego afirma – mas não é verdade. Eu não sou infeliz por causa de algo que me aconteceu, por obra e mercê de terceiros – eu sou infeliz por causa de algo que está em mim mesmo e que foi despertado por acontecimentos externos. Esses acontecimentos são apenas os detonadores de um explosivo que estava acumulado dentro de mim; o veneno da minha pré-infelicidade já pre-existia a esse envenenamento, sempre em véspera de romper em tragédia. O pior de tudo não é essa eclosão da tragédia latente em mim mesma essa tragédia, embora ainda em estado potencial, dormente, embrionário. É quem criou esse germe de infelicidade não foram as perversidades dos homens nem as adversidades da natureza – Fui EU mesmo. Mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa… A minha verdadeira infelicidade é o meu egocentrismo, o fato de eu gravitar em torno do meu ego, e não em torno do meu EU, do Deus em mim. O meu ego é muito vulnerável – o meu EU é invulnerável. Aquele não está sob o meu controle, pode ser ofendido, vulnerado por fora – somente o meu divino Eu é que vulnerável de fora, totalmente.


Publicado em:
Atualizado em: