O isolamento social necessário ao controle do novo coronavírus não afeta o andamento do Projeto Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba, desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba, e que contará com financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
Esta foi a avaliação de representantes da AFD e de técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc), da Cohab e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em reunião on-line, nesta quarta-feira (15/4), em relação às intervenções socioambientais propostas para a Vila 29 de Outubro, núcleo do Projeto do Bairro Novo da Caximba.
“Todas as medidas assistenciais e de segurança estão sendo tomadas neste momento de crise e não haverá prejuízo ao projeto”, disse a assessora de Investimentos do Ippuc, Ana Cristina Jayme.
Para ela, as ações em conjunto com a comunidade, já iniciadas em 2017 e fortalecidas em 2018 e 2019, têm histórico forte de relacionamento que não deverá ser afetado.
De acordo com o gerente de projetos da Agência Francesa de Desenvolvimento em Brasília, Rogério Barbosa, sobre o novo coronavírus, a AFD busca entender os impactos da pandemia na comunidade da região do Caximba, foco do projeto.
“Fomos informados que várias ações foram tomadas, tanto para reduzir as chances de contaminação entre os membros da comunidade quanto entre os agentes públicos que lá atuam”, contou o representante da AFD.
Barbosa ressaltou o entendimento da necessidade de postergar algumas ações comunitárias que envolvem o contato social para a segurança da comunidade, sem que essa precaução cause atrasos no cronograma de assinatura do financiamento.
“As equipes da Prefeitura e da Cohab já têm um histórico de trabalho com as lideranças da comunidade e muitas atividades para coleta de informações e contribuições ao desenho do projeto já ocorreram”, avaliou.
Prefeitura presenteO Plantão Social presencial da Cohab no bairro Caximba foi temporariamente suspenso, mas a companhia mantém atendimentos pontuais e avalia agendamentos pelo Alô Cohab (0800 41 32 33). Meiri Morezzi, coordenadora do projeto junto à Cohab e diretora de Relações com a Comunidade da companhia, ressaltou que Prefeitura ainda reforçou o suporte às famílias em situação de risco que vivem na região, neste momento de isolamento.
“Temos a equipe da política de assistência social da FAS que está dando apoio às famílias, tanto quanto à alimentação, bem como para a atualização do Cadastro Único, que permite acesso ao benefício federal”, explicou Meiri.
O trabalho do município no local é reforçado ainda pela equipe da Administração Regional do Tatuquara. Além disso, as famílias que vivem na região e têm filhos matriculados na rede municipal contam com o suporte de alimentação em substituição à merenda.
Sem prejuízosSegundo o coordenador do projeto no Ippuc, arquiteto Mauro Magnabosco, a execução dos projetos executivos segue sem prejuízos, porque já foram feitos os levantamentos no local, bem como a checagem dos dados socioeconômicos, avaliação das amostras de flora e fauna e sondagens geológicas e arqueológicas.
“Estamos confortáveis nesse sentido, porque as informações já foram coletadas e os trabalhos podem ser feitos de forma remota, sem contato direto com a comunidade”, observou Magnabosco.
CronogramaNesta semana, por meio de videoconferência, equipes da Prefeitura de Curitiba e da Agência Francesa, em Brasília e Paris, estão trabalhando no ajuste do cronograma de financiamento do Projeto Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba. O total de investimentos previstos à intervenção socioambiental no Caximba é de € 47,6 milhões (euros), dos quais € 38,1 milhões financiados pela AFD e € 9,5 milhões de contrapartida do município.
A previsão é que o contrato de financiamento seja assinado em meados de julho. A Prefeitura de Curitiba já fez todos os encaminhamentos necessários ao governo federal e teve parecer favorável da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), da Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia.
Toda a documentação relativa ao empréstimo foi encaminhada à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O trâmite passa ainda do envio pelo Ministério da Economia à Casa Civil e depois à apreciação pela Comissão de Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, última etapa antes da assinatura do contrato.