O mercado empresarial é repleto de desafios, inclusive para as grandes organizações. As startups, por sua vez, têm estado cada vez mais em foco, principalmente para investidores. No entanto, em 2019, as IPOs que não deram certo afugentaram a aplicação de capitais e podem ter mudado definitivamente os rumos para o futuro. Os investidores estão mais céticos em relação a empresas de alto risco e alto crescimento, devido aos caminhos incertos para a lucratividade.
Nos mercados públicos, os investidores estão menos dispostos a ignorar margens ruins do que nas rodadas de financiamento privado, em que o foco maior é na inovação da ideia e no seu potencial de crescimento. A participação do capital privado é como atravessar territórios desconhecidos: requer longos saltos de fé. Atribuir valor a uma tecnologia sem precedentes, com potencial para tornar um setor bem-sucedido, é um desafio único para especialistas em finanças.
O desempenho recente de algumas unicórnios tem feito com que investidores, analistas e executivos questionem o futuro dos IPOs de startups. Algumas empresas vêm pedindo aos compradores que apostem em tecnologia não comprovada e em modelos de receita não testados. Muitos vencedores surgiram desse contexto, mas há grandes chances das coisas sucederem mal.
O ano de 2019 foi um ano de acerto de contas para unicórnios de tecnologia. A Uber e a Lyft, por exemplo, sofreram quedas significativas após o IPO. Outras startups sequer chegaram a abrir seu capital e cancelaram totalmente os IPOs ou adiaram por tempo indeterminado essa posição, como foi o caso da WeWork.
As empresas deficitárias não têm estrutura para abrir seu capital e, consequentemente, não podem levantar bilhões de dólares no mercado de ações públicas sem se preocupar com a visão de seus acionistas externos. Com a retirada do IPO da WeWork, uma mensagem clara é enviada aos empresários e subscritores de que eles não podem mais ignorar os direitos dos acionistas se quiserem o dinheiro dos acionistas.
Em 2020, os investidores privados estarão mais racionais sobre os tipos de negócios que despertam seu interesse e confiança para depositar seu capital. As empresas devem se preparar muito bem para transmitir credibilidade e se destacar entre os milhares de concorrentes. Na fase de IPO, os fundadores e seus consultores terão que pensar muito sobre a estrutura organizacional e os direitos dos acionistas, se quiserem explorar o mercado de IPOs de maneira bem-sucedida.
Muitas vezes, para uma startup, é mais vantajoso ser incorporada por uma empresa maior do que se arriscar no mercado de títulos públicos ou continuar insistindo na proposta inicial e perdendo valor. É importante ter em mente que até mesmo empresas já consolidadas, com altos índices de lucratividade, serão alvo de análise. A Airbnb, por exemplo, foi objeto de relatórios investigativos sobre fraudes e golpes, o que repercutiu de forma negativa para a empresa.
Concluindo, o mercado empresarial é desafiador e requer muita preparação e estratégia para alcançar o sucesso. As startups precisam estar atentas às mudanças do mercado e serem capazes de transmitir credibilidade para os investidores. O futuro dos IPOs de startups ainda é incerto, mas é certo que as empresas deficitárias não têm estrutura para abrir seu capital e precisam fortalecer sua estrutura de governança antes de planejar arrecadar dinheiro externamente.
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Humberto Schvabe
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