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Desbancarização no Brasil: um novo cenário.
A desbancarização é um fenômeno que tem crescido no Brasil, onde os brasileiros optam por não ter conta em bancos tradicionais, seja por falta de confiança nas instituições financeiras, tarifas altas, burocracia, crédito restrito ou baixos rendimentos. Segundo o Banco Central, 96% da população brasileira utiliza dinheiro em espécie para fazer pagamentos, embora também usem outros meios, e 60% preferem propriamente o papel-moeda para fazer suas transações. De acordo com o Instituto Locomotiva, existem cerca de 45 milhões de desbancarizados no Brasil, que movimentam anualmente mais de R$ 800 bilhões.
A população desbancarizada é composta por pessoas de todas as idades, regiões e classes sociais, e que necessitam de alternativas para realizar suas transações financeiras. As fintechs, empresas de tecnologia financeira, têm conquistado espaço no mercado ao oferecerem serviços digitais mais práticos, rentáveis e com taxas mais atrativas. Além disso, muitos desbancarizados utilizam cartões pré-pagos para realizar compras em lojas físicas e virtuais, saques e até mesmo quitar a assinatura de serviços online.
O PicPay, por exemplo, é uma fintech brasileira com mais de 12 milhões de usuários que permite pagar boletos, transferir dinheiro, fazer recargas de bilhete de transporte e utilizar saldo em mais de 1,4 milhão de estabelecimentos, inclusive com compras presencialmente por meio do QR Code. Outra opção é o MercadoPago, divisão de pagamentos do Mercado Livre, que obteve crescimento de 94,5% em 2019 e se popularizou por oferecer cashback e sistema de cupons promocionais para algumas transações.
Os bancos tradicionais também estão buscando por novos nichos, incluindo os desbancarizados que anteriormente eram vistos como pouco atraentes. O Itaú, por exemplo, lançou sua carteira digital iti em outubro deste ano, que permite transferências gratuitas em DOC ou TED para qualquer banco (limitado a R$ 1.000) e pagamento de contas com cartões de crédito e débito.
A desbancarização não é uma realidade apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, onde as corretoras e fintechs online oferecem acesso a mais oportunidades de investimento, mais facilidade e custos menores. Aqui, o Banco Central tem incentivado a competição entre instituições tradicionais e novatas para derrubar as taxas, melhorar os serviços e aumentar a inclusão. A competição e inovação é benéfica ao consumidor, que pode escolher em qual se adéqua mais.
Em suma, a desbancarização é um fenômeno que tem crescido no Brasil e tem aberto portas para startups e fintechs que oferecem soluções digitais mais práticas e rentáveis para as pessoas que optam por não ter conta em bancos tradicionais. Com a competição e inovação, o consumidor tem mais opções para escolher a melhor alternativa para suas necessidades financeiras.
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Atualizado em:
Autor:Humberto Schvabe