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Crianças da Vila Verde estreiam peça musical de Natal

Espetáculo terá uma das apresentações na Regional da CIC para um público estimado de 300 pessoas

Sessenta e cinco crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, em situação de vulnerabilidade social, do projeto de contraturno escolar Ilustrando Um Futuro Melhor, na Vila Verde, apresentam, pela primeira vez, espetáculo de teatro musical de Natal. Outros 30 alunos da Escola Municipal Professora América da Costa Saboia, no mesmo bairro, também participam, no coral. No total, serão 95 artistas no palco. A peça terá três apresentações e deve reunir, no total, um público de mais de três mil pessoas. Uma das encenações será no auditório da Regional da CIC, no dia 5 de dezembro, às 19h.

O musical mostra que não é só no período de Natal que devem surgir boas ações, mas principalmente no cotidiano.  “A peça traz exemplos de atitudes simples que podem mudar a vida das pessoas, que muitas vezes estão sofrendo e passam despercebidas. É bem isso que o projeto Ilustrando Um Futuro Melhor faz há mais de dez anos pelas crianças e famílias assistidas. Protege, ampara, ama”, explica a coordenadora pedagógica e artística do espetáculo, Denise de Almeida.

Os ensaios estão a todo vapor, há seis meses. No violão, serão 30 crianças. Elas vão tocar quatro músicas, duas natalinas e outras duas que abordam o tema da peça. ”A maioria dos alunos nunca teve contato com o violão. E não teria condições de pagar pelas aulas, nem mesmo comprar o instrumento. É gratificante fazer parte desse trabalho, que dá oportunidade para quem mais precisa”, revela a professora de violão, Cristina Marçal. Ela conta que muitos alunos chegaram emocionalmente abalados no início dos ensaios, por causa da desestrutura familiar e agora já conseguem canalizar as emoções através do instrumento.” A música tem o poder de trazer confiança, segurança, resgata a autoestima deles. E isso não tem preço. Daqui sairão grandes talentos e o musical será um sucesso”, garante.

Yasmin Carvalho, de 13 anos, vê na música a oportunidade de um futuro promissor. “Já aprendi teclado, participei do coral e agora estou firme no violão. Aproveito ao máximo todas as aulas que o projeto oferece gratuitamente. Estou desenvolvendo o talento artístico e a apresentação de Natal contribui muito para isso”, conta.

O musical conta ainda com elementos de percussão. O instrumento latino Cajon também revela talentos. Danilo dos Santos, de 11 anos, já aprendeu a tocar violão pelo projeto. “Ano passado nos apresentamos em um teatro no centro de Curitiba. Agora quis aprender um instrumento diferente. É um desafio e estou me dedicando bastante”, diz.

“As crianças mudaram muito desde que começamos os ensaios. Eram agressivas, não sabiam se comportar. Aprenderam a disciplina, o respeito. São princípios que vão levar para a vida toda. É gratificante saber que estamos fazendo a diferença na vida deles”, diz o professor de Cajon, Eduardo Neves.

Do coral, fazem parte alunos de oito a dez anos de idade, da Escola Municipal América da Costa Saboia. “Quisemos proporcionar essa integração entre as crianças da comunidade.  A musicalização tem contribuído para o desenvolvimento intelectual, a comunicação e expressão dos alunos”, explica a professora de canto, Maria Alice Camargo.

Para a presidente da Abba Promoção Social (AbbaPS- entidade responsável pelo projeto), Celina Portela, a música é uma das formas mais completas de arte, pois ao mesmo tempo que estimula o prazer, trabalha a difusão cultural, além de conceitos de disciplina e matemática, o que contribui na formação integral do indivíduo. “As crianças ensaiaram. Receberam conhecimento técnico, teórico e prático com profissionais especializados. Estão desenvolvendo o lado artístico e cognitivo. E o resultado desse trabalho será o espetáculo de Natal”, esclarece.      

A PEÇA

O musical será encenado em três locais diferentes para públicos distintos. A estimativa é de que mais de três mil pessoas assistam as apresentações. A peça conta com quatro atores principais, dos quais três são crianças. Outras 22 crianças atuam como figurantes. “Todos tem talento para as artes cênicas. Na fase de criação do personagem deixamos eles bem livres para desenvolverem a maneira como o personagem age, fala, anda.  E esses exercícios trazem conhecimento corporal, memória, concentração, criatividade. Eles estão se saindo muito bem. Serão espetáculos memoráveis”, afirma a diretora e atriz da peça, Melinda dos Santos.

Será a estreia de Maria Elisa de Oliveira, de oito anos, nos palcos. Ela explica que para ser atriz é preciso ser desinibida e extrovertida, além de ter o talento para atuar. “Minha personagem se chama Bia. É uma menina que mora na rua e recebe ajuda. A mensagem que vamos deixar para o público é essa, que pequenas atitudes de amor, podem mudar a vida das pessoas”, revela.   

O espetáculo integra o programa Brincando com a Música 2, que é mantido pelo PRONAC (Programa Nacional de Apoio à Cultura), da Lei Rouanet.

Serviço:

Ensaios, Coral

Local: Escola Municipal Professora América da Costa Saboia.

Dias de ensaio: Segundas e quintas-feiras, das 14h às 15h.

Endereço: Rua Emílio Romani, 316, CIC.

Violão

Local: Antigo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) - Vila Verde

Endereço: Rua Emílio Romani, 2637, Vila Verde (CIC)

Dias de ensaio:Segundas feiras, das 10h15 às 11h15

Quartas-feiras, das 15h15 às 16h15

Professora Cristina

Cajon

Local: Antigo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Vila Verde

Dia de ensaio: Quartas-feiras das 10h as 11h e das 14h às 15h.

Endereço: Rua Emílio Romani, 2637, Vila Verde

Professor Eduardo

Apresentações do Musical

Data: 04 de dezembro (Quarta-feira)

Horário: 16h

Local: Escola Municipal Professora América da Costa Sabóia

Endereço: Rua Emílio Romani, 316, CIC

Data: 05 de dezembro- Quinta-Feira

Horário: 19h

Local: Auditório da Regional da CIC

Endereço: Rua Manoel Valdomiro de Macedo, 2460, CIC

Conheça o Ilustrando Um Futuro Melhor

Os pequenos artistas fazem parte do projeto Ilustrando Um Futuro Melhor, de contraturno escolar, que atende 60 crianças de 6 a 15 anos de idade. Diariamente eles têm oficinas de dança, música, meio ambiente, história, direitos e deveres (segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente), esportes, entre outras. Também recebem duas refeições por dia.  É uma maneira de mantê-los longe das drogas e da criminalidade, em geral. Enquanto participam das atividades estão em segurança, longe das ruas e dos perigos que representam, principalmente na região, que é considerada violenta.  Há mais de dez anos, a Ong Abba Promoção Social (AbbaPS) mantém o projeto, na comunidade da Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

“Para muitas dessas crianças as únicas refeições que fazem no dia, são as oferecidas no projeto”, relata a professora, Melinda dos Santos. São atendidas 30 crianças de manhã e outras 30 à tarde, de segunda a sexta-feira. Grande parte delas chega agressiva por vir de um lar violento ou disfuncional, desestruturado. “Mas as Artes, por exemplo, ajudam muito. Nas aulas, os alunos extravasam os sentimentos e isso influencia na mudança de comportamento para melhor”, complementa Melinda.

A dança também tem sido um ótimo instrumento nesse sentido. Eles aprendem a se expressar através das coreografias. “A dança ensina a alcançar metas e objetivos, a perder a timidez e romper com o egoísmo, completa o instrutor, André Filipe Maia. São atividades que a maioria não teria condições de pagar, como as aulas de informática, por exemplo. Além disso, uma vez por semana, os pequenos são fortalecidos emocionalmente, em grupo, pelas conversas com um psicólogo. É uma forma eficaz de desenvolver a inteligência emocional.

As vagas são gratuitas e fornecidas de acordo com critérios como negligência familiar, violência, maus tratos, miséria.  “As crianças chegam até nós via CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), órgão da prefeitura, que acompanha de perto as famílias da comunidade. Aqui nós trabalhamos o resgate das crianças e fortalecimento dos vínculos familiares”, afirma o assistente social, Walber Martins. Ele explica que são menores que geralmente ficavam em casa sozinhos, enquanto os pais trabalhavam, ou mesmo na rua, expostos à criminalidade em geral ou ao tráfico e consumo de drogas.

“No Ilustrando Um Futuro Melhor me sinto protegido e amado. Antes ficava em casa ocioso ou na rua. Aqui aprendo, produzo. Tenho esperança de um futuro”, explica Danilo dos Santos, de 11 anos, há quatro no projeto. “Eu e minha irmã temos bastante ocupação e aprendizado. Adoro as aulas de esporte e violão”, completa Yasmin Carvalho de 13 anos, há sete no projeto.

O Ilustrando Um Futuro Melhor é mantido por empresas parceiras e pessoas físicas. que entendem a importância de investir na mudança de realidade dessas crianças. “Nossa missão é promover o resgate da família e do menor em situação de risco viabilizando a inclusão social, o acesso e garantia dos direitos. Trabalhamos para fortalecer os vínculos profissionais, sociais e familiares”, explica a presidente da AbbaPS, Celina Portela.

Formas de contribuir:

(Pedimos a divulgação, se possível, já que o projeto sobrevive de doações)

NOTA PARANÁ: Qualquer pessoa física pode doar suas notas fiscais ou cupons fiscais, para a AbbaPS, instituição cadastrada no programa.

COPEL: Sua doação deve ser feita através da conta de luz. É só entrar em contato com a AbbaPS pelo telefone 3019-4649 e preencher o cadastro, com o valor e período de contribuição mensal. Uma maneira descomplicada e confiável de ajudar quem precisa.

IMPOSTO DE RENDA: De acordo com as Leis de Incentivo Fiscais:

Pessoa física: pode doar até 3% do IR devido.

Pessoa jurídica: até 6% do IR devido.

BOLETO BANCÁRIO: Empresas também tem essa possibilidade. O valor da doação é opcional.

Contatos pelo site: www.Ilustrandoumfuturomelhor.org.br

E-mail: contato@abbaps.org.br

Telefone: (41) 3019-4649


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