Nenhum vestígio de iniciação espiritual (continuação)
Verdade é que, na gloriosa manhã de Pentecostes, 120 pessoas, homens e mulheres, se iniciaram nos mistérios do Reino de Deus – mas foi uma auto-iniciação, e não uma Alo-iniciação; depois de 9 dias de silêncio e meditação, eclodiu Nele a Luz Divina, e esse dia – provavelmente 30 de maio do ano 33 – foi o nascimento o verdadeiro Cristianismo sobre a face da Terra.
Em face desse silêncio total, não podemos admitir como provável que Jesus tenha estado no Egito, na Índia, no Tibet ou em outro país longínquo, nem como mestre, nem mesmo como discípulo.
E, contudo, o Nazareno foi o maior dos iniciados; passou pela auto-iniciação. Ele mesmo, nesses 18 anos de solidão relativa, nas montanhas da Galileia, se iniciou no Reino dos Céus. As suas viagens de auto-iniciação não demandaram países alheios neste planeta Terra, mas o próprio Universo, as “muitas moradas na casa do Pai Celeste”.
Já aos 12 anos, após três dias de silêncio e interiorização, em algum recanto de Jerusalém, revela Jesus uma sabedoria tão surpreendente que encheu de estupefação os chefes espirituais de Israel.
Depois dessa eclosão inicial, continuou Ele o itinerário espiritual durante 18 anos, até culminar, aos 30 anos , quando começou a falar ao povo, em parábolas sobre os mistérios do Reino de Deus, que ele mesmo vivera intensamente durante esses anos.
Lucas, o consciencioso historiador, liquida com uma única frase esses 18 anos de auto-iniciação, dizendo: “E Jesus foi crescendo em Graça e Sabedoria, perante Deus e os homens”.
Como podiam os historiadores humanos saber desses mistérios esotéricos? Ninguém acompanhou o adolescente nas suas vastas experiências pelos reinos ignotos do Pai.
Essas viagens cósmicas do jovem carpinteiro não foram realizadas necessariamente pelas regiões do Cosmos de fora, mas sim pelo Cosmo de dentro, porquanto “O Reino de Deus está dentro de vós”.
Por isso, os evangelistas fazem bem em silenciar totalmente o período entre os 12 e os 30 anos de Jesus.
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Autor:Humberto Schvabe