A abertura de capital da Uber, em maio de 2019, foi um dos IPOs mais aguardados do mundo das startups. Com um valuation de U$ 75,5 bilhões, a empresa que revolucionou a forma como nos movimentamos nas cidades e se tornou líder de categoria, levantou mais de U$ 20 bilhões de capital em menos de 10 anos. No entanto, sua trajetória não foi uma linha reta ascendente e seus primeiros dias como empresa pública mostram que as dificuldades estão só começando. Com escândalos de abuso e cultura tóxica, afastamento de founder/CEO, problemas com a lei e uma postura de “crescimento a qualquer custo”, a Uber tem uma trajetória turbulenta, mas ainda assim é uma das mais proeminentes e polêmicas empresas do nosso tempo. A empresa está presente em diversos segmentos de transporte e logística, registrando mais de 90 milhões de usuários ativos, que realizam aproximadamente 17 milhões de corridas por dia em mais de 800 cidades em 6 continentes diferentes. No último trimestre de 2018, a Uber reportou um prejuízo líquido de U$ 768 milhões, mas a empresa apresentou um crescimento positivo em diversas métricas financeiras como bookings — valor bruto coletado antes de pagar motoristas — de U$ 50 bilhões, receita de U$ 11,3 bilhões e U$ 1,8 bilhões de prejuízo, uma melhora com relação ao período anterior, quando perdeu U$ 2,2 bilhões. No entanto, pela primeira vez, houve uma demonstração de desaceleramento em seu crescimento frenético até então. A trajetória da Uber até o IPO foi marcada por competição, turbulências e uma imagem arranhada. A empresa enfrentou vários concorrentes, como a brasileira 99, Lyft, Grab, Didi e Ola, além de ter problemas com a lei em diversos países. Em 2017, foi revelado o Greyball, software que era utilizado para enganar as autoridades dos locais onde a Uber operava ilegalmente, o que piorou ainda mais a imagem da empresa. Além disso, a cultura da empresa era controversa, como evidenciado pelos episódios envolvendo o sistema “God View” e a mentalidade de crescimento a qualquer custo. Apesar das dificuldades, a Uber continua a expandir seu negócio e a investir em novos mercados, como o de caminhões autônomos e bicicletas elétricas. A empresa também adquiriu várias outras empresas para acelerar seu processo de crescimento. No entanto, agora que tem Wall Street de olho em lucratividade, a Uber terá que encontrar um equilíbrio entre crescimento e rentabilidade. Em suma, a trajetória da Uber até o IPO foi marcada por desafios e turbulências, mas a empresa continua a ser uma das mais importantes e polêmicas do nosso tempo. Com uma cultura em xeque e concorrentes cada vez mais fortes, a Uber terá que encontrar um caminho para crescer de forma sustentável e rentável.

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