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Sobreviver ao excesso de informações: uma análise histórica.
Como profissional de conteúdo e tecnologia, é comum escutar afirmações como “Estamos gerando conteúdo demais!”, “Quem vai consumir isso tudo? Estamos chegando ao nosso limite!”. Pessoas preocupadas com o futuro do marketing acham que estamos perto de um cataclisma de saturação de conteúdo e que não há mais espaço no mercado para novos produtores, querendo diminuir o marketing de conteúdo. Mas será que isso é verdade?
Olhando para o passado, podemos observar que Vicente de Beauvais já nos alertava, em sua obra Speculum Maius, escrita em 1255, sobre o excesso de conteúdo que nos aflige. Ele afirmava que “a falta de tempo e a nossa memória escorregadia não nos permitem reter na memória tudo que é escrito”. Ou seja, desde o século XIII já havia pessoas preocupadas com os impactos negativos do excesso de conteúdo no mundo.
Porém, nem mesmo após a invenção da prensa (séc. XV), a popularização do rádio, TV e Internet (séc XX), e dos smartphones (séc. XXI), o mundo acabou enterrado em conteúdo. Sempre que alguma tecnologia aumenta o volume de conteúdo produzido e distribuído, algo novo surge para nos ajudar a lidar com esse “problema”. Enciclopédias, índices, guias impressos de TV e o Google são exemplos disso.
Atualmente, 90% de todos os dados da história da humanidade foram criados nos últimos 2 anos, ou seja, desde que o primeiro ser humano resolveu rabiscar algo em uma caverna até o 7 a 1 da Alemanha, foram criadas menos informações que nos anos de 2015 e 2016. E uma parte considerável desses dados é conteúdo. Mas ainda assim, não existe gente suficiente no mundo para consumir tudo isso.
É importante lembrar que nem todo mundo tem que consumir todo conteúdo disponível, e toda vez que alguma nova forma de conteúdo ou distribuição surge, ela é acompanhada por tecnologias que permitem a organização desse novo mundo de informações.
Portanto, não há motivos para acreditar que estamos perto de um limite em relação ao consumo e produção de conteúdo. Sempre que surgir um problema, novas soluções serão encontradas para lidar com ele. O importante é não desistir de produzir conteúdo de qualidade e relevante para o público alvo, pois isso sempre será valorizado.
Conclusão: Não devemos nos preocupar com o excesso de conteúdo, mas sim com a qualidade e relevância do que produzimos. Tecnologias sempre surgirão para ajudar a lidar com o volume de informações. Portanto, sigamos produzindo conteúdo de qualidade e relevante para nosso público-alvo.
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Atualizado em:
Autor:Humberto Schvabe