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Curitiba é a campeã nacional dos jornais de bairros

As grandes cidades brasileiras, seja pelo seu porte ou tradição, como São Paulo e Rio de Janeiro se destacam pela presença forte e pelo grande número de jornais de bairros. Esta é uma realidade que demonstra uma particularidade diferenciada destes jornais que continuam fortes e até mesmo em crescimento. Uma realidade que tem Curitiba como exemplo superando, em percentuais, até mesmo estas megametrópoles. Aqui circulam cerca de 53 jornais de bairros, em sua maiorias com publicação mensal. Este número pode superar até 80 publicações diferentes em períodos pré-eleitorais. É na verdade o maior volume de jornais impressos entre todas as cidades brasileiras, sendo até mesmo chamada por alguns colegas como a “Capital nacional dos jornais de bairros”. Ou seja, a “capital nacional da imprensa comunitária”. Desta maneira podemos constatar que em Curitiba a mídia escrita não está mais monopolizada por grupos ou famílias poderosas proprietárias dos veículos da chamada grande imprensa, graças a presença marcante dos jornais de bairros que divulgam e movimentam as comunidades onde circula. Os primeiros jornais comunitários da Capital Paranaenses surgiram entre as décadas de 1980 e 90. Temos hoje deste período jornais como Jornal Água Verde, Santa Felicidade, Boqueirão, Fazendinha e a Gazeta do Bairro que se mantém presentes durante quase três décadas. Em termos institucionais, vamos encontrar duas entidades para falar em nome do setor, um aspecto negativo, uma vez que acaba dividindo a representatividade. A Gazeta do Bairro optou por se manter ao lado dos veículos mais antigos, representativos e atuantes que integram a Associação dos Jornais de Bairros do Paraná, presidida por Fábio Rocha do jornal Realidade Notícias de Santa Felicidade. Esta resistência resulta da características destes veículos, mais próximos do leitor e mesmo com uma grande parte desses jornais trabalhando de forma incipiente, a maioria produz matérias próprias, defende os interesses das locais ao mesmo tempo e que participa e noticia a realidade das mais diversas comunidades. Um grande defensor deste trabalho hoje em Curitiba é o prefeito Rafael Greca, reconhecendo a importância deste setor e mostrando que conhece esta realidade de uma “mídia impressa que resiste ao tempo enquanto porta-voz das comunidades”. Outro aspecto importante é também a modernização destes veículos com a maioria mantendo suas publicações em seus sites e redes sociais. Sites com boa audiência onde o público leitor chega a superar até mesmo o número de leitores da edição impressa. Uma realidade importante para quem sustenta estas publicações, que são os anunciantes que ao publicar um anúncio no impresso acabam ganhando o dobro de público para seu anúncio com a soma da edição digital.

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